Literatura

Zombicorns, John Green

Por Byzinha

Daqui a pouco eu vou ser reconhecida por “a resenhista de John Green e Skins”.

The prospect of a world that contains neither humans nor Z’s is not so terrifying. Nature will take its world back. Animals will frolic and fight. There will be no lord of the manor, which is not such a bad thing, because it seems to me that people have done a pretty poor job of guiding the biosphere for the last few thousand years.

Acredite na capa quando ela diz que essa não é uma história sobre unicórnios.

No início de 2011, John Green (meu querido John Green, bff) escreveu esse tal livro Zombicorns, que tem um unicórnio zumbi na capa, como brinde para quem doasse $25,00 para caridade. Zombicorns é uma coisinha de 72 páginas que eu li em e-book pelo celular TÃO ridiculamente engraçado e engenhoso que eu estou muito contente em saber que terá continuação. Mas vamos ao que interessa.

Num futuro não tão distante, Mia é uma das poucas sobreviventes de uma infestação viral causada pelo, adivinhem? Milho. Isso mesmo, milho. Se minha memória não me prega peças no momento, Mia não come milho por alergia ou porque não gosta ou algo do tipo e isso salvou sua vida, porque, bem… O milho sofreu uma mutação genética que transformou todas as pessoas em “adoradoras do milho”.

Eles não são chamados zumbis, porque não estão exatamente mortos. Eles são Zs, que, sim mordem e atacam humanos não infectados, mas com o único objetivo de ter mais mão de obra para espalhar o milho pelo mundo. Estou falando sério, os Zs trabalham para plantar milho, cultivar milho, distribuir milho por todos os cantos.

Na primeira página de Zombicorns, Mia conta que seu pai sempre achou que o milho dominaria o mundo, pelo simples fato de que tudo tem milho. Açúcar vem do milho, plástico vem do milho, salgadinhos vêm do milho, combustível vem do milho. E quem faz você querer cereal no café ao acordar pela manhã? Milho está em todos os lugares e, bem, ele estava certo.

De sua família perfeita (eu já contei, né? Que Green sabe escrever famílias perfeitas com maestria), Mia e seu cachorro Mr. President são os únicos não-Z, mas ela se recusa a sair de Chicago pra manter um olho em sua irmãzinha. Ela sabe que ela não está mais lá, mas mesmo assim. Todas as manhãs, Mia dá um jeito de chamar a atenção da pequena Z e entregar-lhe doces.

Até que um dia ela conhece Caroline, outra sobrevivente completamente obcecada por saber o que exatamente aconteceu com o milho para que ele virasse o que virou e louca para sair de Chicago na primeira oportunidade, pois os rumores são que no norte, onde o frio não facilita a vida do milho, as pessoas estão bem. Mia e Caroline aprendem muita coisa uma com a outra, mas, de certa forma, uma atrasa a vida da outra, até elas não poderem mais ficar juntas.

Antes de tudo, devo dizer que foi estranho ver John Green narrando no ponto de vista de uma garota e, rodando pelo goodreads, fiquei aliviada ao ver pessoas que também acharam que fosse outro garoto pelas primeiras 10 páginas do livro, até ela falar que é uma menina. O principal motivo (além de eu ter lido praticamente os três livros dele Alaska, Katherines e Towns em seguida antes de pegar Zombicorns) provavelmente é por ter o mesmo tom ácido e inteligente que Quentin e Colin, o que fez de Mia, digamos, uma réplica dos personagens masculinos de Green.

O que me faz pensar que foi bom ele ter começado a escrever no pov feminino antes, porque Hazel (de Fault) está no ponto certo. Isso não vem ao caso.

Voltando ao assunto, a partir do momento que você consegue visualizar Mia, essa garota feroz que é uma mistura de Wichita (Zombieland) e Annie Edson em “A Fistful of Paintballs” e “For a Few Paintballs More” (Community), como sua mente funciona e como ela aprendeu a ser como Tallahassee (Zombieland) – com suas perdas e experiência – com apenas 16 anos, você simpatiza com ela.

Aliás, essa é outra coisa que John Green sabe fazer: criar personagens de fácil conexão. Você pode não ser um prodígio como Colin, ou aventureira como Margo, ou porra louca como Alaska, mas de alguma forma você acaba se apegando à esses personagens e gostando de ler sobre eles.

Zombicorns é uma coisiquinha de menos de 100 páginas de pura diversão. Sério, entretenimento puro. Particularmente, minha história de zumbis preferida até o momento e mal posso esperar pela sequência. Espero que mantenha o nível – o que nós sabemos Green ser capaz de fazer em volumes únicos -, até porque essa é a primeira novela dele que tem sequência.

Mais uma coisa!
Se você é bom de ouvido, no final de 2010, John leu a primeira página de Zombicorns e publicou o video no VlogBrothers. Se você ~~acha que é bom de ouvido, mas nunca realmente ~~tentou, já vou avisando: JOHN GREEN É HARDCORE. Ele fala rápido pra cacete e tem tiradas atrás de tiradas. Teve um video dele que eu ria tanto que tive que pausar, terminar de rir e voltar meio minuto, porque já tinha perdido um monte de piada. Se você ta começando agora a treinar ouvido, assistir tanto ao John quanto ao Hank é o make it or break it (como quando eu era péssima com sotaques, daí resolvi assistir Misfits sem legenda. Hardcore. Mas deu certo, bring it on.) O video estará logo após o quote, caso queira tentar.

A introdução pra vocês.

Dearest Reader,
This is a bad zombie apocalypse novella. It was written in a hurry. It is riddled with inconsistencies. And it never quite arrives at whatever point it sought to make. But remember: The $25 you donated to charity in exchange for this steaming mess of prose will help our species shuffle along, and I hope you’ll feel warmed by your good deed as you read. Thank you for decreasing the overall worldwide level of suck, and as they say in my hometown: Don’t forget to be awesome.

Best wishes!
John Green

 

Título: Zombicorns
Autor: John Green
Número de Páginas: 72
Edição: 1ª – 2011
Editora: e-book
Preço: ~~free [x]
Classificação: ★★★★★

You Might Also Like

21 Comments

  • Reply
    Bruna Mateus da Silva
    29/03/2012 at 5:03 pm

    Nunca li nada deste autor, mas esse livro parece muito divertido pelo o que você falou.

    Parabéns pela resenha!

  • Reply
    Katy
    29/03/2012 at 5:12 pm

    OH God! Até quando serei uma “virgem” de John Green?! Shame on me!!!
    Louca pra ler ‘Quem é Você, Alaska?’ e o das Katherines (meu nome ^^) Mas sempre compro outros!

    Já que esse é pequeno e engraçado vou ver se acho em pdf msm! ^^
    Resenha ótima, como sempre!
    :*

    • Reply
      Byzinha
      29/03/2012 at 6:09 pm

      HERE we go http://effyeahnerdfighters.com/post/2835409604/didnt-get-your-chance-to-get-your-hands-on-john

      • Reply
        Katy
        30/03/2012 at 12:38 pm

        Thanks Byzinha! Já fiz o download! E vou começar a ler logo.
        :*
        Depois digo por aqui o que achei! 0/

  • Reply
    Juliana Pires
    29/03/2012 at 6:03 pm

    Dando uma fuxicada no skoob a um tempo atrás eu dei de cara com esse livro, e olha só não importa como é a historia, tem um unicornio zumbi na capa, não preciso de mais nada para gostar de uma historia do que um unicornio zumbi.
    Infelizmente eu só li Quem é você Alasca? do John Green, como eu não leio em ingles, tenho que esperar ser publicado aqui. Eu já li tantas resenhas excelentes dos livros dele, eu espero que possa ter algum lançamento de livros dele por aqui. Quero muito ler o das Katherines.

    Beijos

    • Reply
      Byzinha
      29/03/2012 at 6:11 pm

      A Intrínseca vai lançar “The Fault in Our Stars” – que eu já resenhei aqui no site – ainda esse ano, comemore.

  • Reply
    Sam
    29/03/2012 at 7:18 pm

    AGORA EU ENTENDI O TÍTULO, SOCORR KKKKKKKKKKKKKKKKK JURAVA que era só um livro pro John realizar o sonho dele e sair matando unicórnios afphnidsfapiafs Mas eu já estava interessadíssima no livro só porque gosto de zumbis, mesmo que eles só sejam zumbis de milho. E agora estou começando a gostar do Green, ENTÃO.
    E sim, tu vai ficar conhecida como “a resenhista de John Green e Skins”.

    • Reply
      thanny
      29/03/2012 at 11:00 pm

      Também só entendi o título com a resenha HUAHUAHAUHAUHA
      E sim, tu vai ficar conhecida como “a resenhista de John Green e Skins”. +1

  • Reply
    Rachel Lima
    29/03/2012 at 7:41 pm

    Gente, adorei isto, hahahha. Eu nunca tinha ouvido falar e achei a história divertida demais. Ele fala realmente muito rápido, pqp. Ri demais! Talvez eu baixe para ler, emocionante. Adorei a resenha! Beijones <3

  • Reply
    Kamila Wozniak
    29/03/2012 at 8:15 pm

    Olha …. confesso …
    Por mais q eu até adore ler rs ainda estou engatinhando nesse negócio rsrs
    Ainda não li (q vergonha rs) nada do John … mas essa sua resenha rs
    Adorei!!

    “Zumbis de milho” hahaha

    Deve ser uma coisa muito diferente!!! rsrs

    Interessante! rsrs

    Beijos

    Ka Wozniak
    Cinco das Artes

  • Reply
    Bruno M.
    30/03/2012 at 1:02 am

    Nossa, que demais! Eu adoro histórias com zumbis, milhos e unicórnios! kkkk Uma combinação bem normal, não? haha Ainda quero ler algo do autor, já fui convencido por essas e outras resenhas suas do autor… rs Beijos!

    @minha_estante – Minha Estante

  • Reply
    Maccky
    30/03/2012 at 2:52 pm

    Nossa, nunca imaginei Jhon Green escrevendo algo assim. :O
    ADOREI. Fiquei curiosa. (;

    Adorei a resenha. (;

    Beijos ;*

  • Reply
    Ceile
    30/03/2012 at 7:02 pm

    Menina, li sua resenha por email quando estava vindo trabalhar e fiquei pensando… Cara, parece uma grande viagem, não? rs

    A empresa que eu trabalho faz tudo isso que vc listou aí com milho nos EUA e fiquei desenhando toda a história na cabeça hahahaha.

    Vou tentar ler depois pra entender melhor essa coisa de milho, unicórnio e zumbi /gosh

    Um beijo!

  • Reply
    Bruna Morgan
    30/03/2012 at 9:16 pm

    Pena que ainda não tem em português D:

    • Reply
      Byzinha
      31/03/2012 at 1:01 pm

      Nem vai ter, viu? Sinto dizer, mas é melhor desapegar dessa ideia ._.

      • Reply
        gabii
        13/01/2013 at 6:12 pm

        Ué, o que quer dizer com isso? Só por causa disso, eu vou começar a traduzir os livros do John Green. Tem muita gente procurando e eu acho que posso traduzir pelo menos um por mês. Pessoas que sabem inglês deveriam fazer esse tipo de coisa pra quem não sabe, né. Só acho.. :/

        • Reply
          thanny
          14/01/2013 at 3:19 pm

          Gabi, a editora Intrínseca comprou os direitos dos livros do John Green e irá publicar todos esse ano, então quem não pode ler em inglês terá uma chance de ler os livros traduzidos e ter um exemplar na estante.

  • Reply
    Mariane Dias
    18/11/2012 at 7:25 pm

    Tenho muita vontade de ler “Quem é você, Alaska?” mas nunca acho um link pra baixar, poderia me ajudar?? /cute

    • Reply
      Byzinha
      18/11/2012 at 7:40 pm

      Em português você não vai achar nunca. Em inglês é bem fácil de encontrar.

  • Reply
    Who's thanny? » Arquivo » The War for Banks Island, John Green
    18/06/2013 at 3:58 pm

    […] você não tem ideia nenhuma do que eu estou falando, basta ver minha resenha do primeiro livro bem AQUI. Pode ir, eu […]

  • Reply
    #CulpaDoJohnGreen ou #CulpaDoBrazilianNerdfighters? - Who's thanny?
    14/04/2015 at 11:55 am

    […] Zombicorns, John Green […]

Leave a Reply