Dona Moça é a primeira websérie da Adorbs Produções, e nós tivemos a incrível oportunidade de conversar com duas das criadoras da Websérie: Larissa Siriani e Jaqueline Viana. A websérie é baseada em Senhora, de José de Alencar, e é impossível não amar as personagens!
*ATUALIZAÇÃO – 10/07*
Agora a websérie possui um kickante para a segunda temporada! Você pode ajudar as meninas e conhecer Fernando colaborando aqui.
1) Qual foi a maior inspiração para vocês? E por que fazer adaptação de Senhora(ao invés de algum outro livro)?
(LS) A escolha de Senhora não foi exatamente uma escolha. Há alguns anos, uma amiga nossa (oi, Chris!) sugeriu pra uma de nós (a Maria Raquel) que Senhora daria uma bela adaptação estilo vlog, e a partir daí, começamos a pirar na ideia de fazer isso acontecer e fomos aos poucos desenvolvendo a história. Muitos outros livros poderiam ter sido escolhidos, mas por conta de coincidências da vida, foi por esse que resolvemos começar. E apesar do nosso formato se aproximar muito mais de Emma Approved (que foi uma grande inspiração técnica), acho que é impossível não citar The Lizzie Bennet Diaries como a grande série mãe; afinal, não fosse por ela, muitas de nós não teríamos nos conhecido, e talvez essa vontade de criar uma narrativa nossa nunca existisse.
(JV) Com certeza, Lizzie Bennet foi o começo de tudo. E quanto a adaptar outros livros, pode ter certeza que vontade não falta. Cada uma de nós tem uma ideia de qual livro gostaria de adaptar em seguida. Que comece a briga (risos)!
2) Para vocês, qual foi a maior dificuldade nesse processo de adaptação?
(LS) Provavelmente é conciliar a história que está sendo contada com o formato. Parece uma coisa simples contar histórias em vlog, mas a verdade é que a nossa premissa acaba atando um pouco as nossas mãos, e precisamos chegar a soluções criativas, ou mesmo abraçar algumas coisas que não seriam tão aceitáveis na vida real pra que ela siga em frente. No fim das contas, o formato é tão decisivo na hora de tomar uma decisão criativa quanto a história de origem.
3) É difícil conciliar trabalho/estudos, vida social e websérie?
(LS) Muito! Todas nós trabalhamos e/ou estudamos, e na época em que começamos as gravações isso complicou muito a nossa vida, porque tivemos que usar nosso único dia livre em comum (domingos) pra gravar. Fora isso, temos que rebolar pra conseguir marcar reuniões, pra dar conta dos roteiros, pra cuidarmos de todas as redes sociais…. é um trabalho e tanto, e exige bastante de todas nós.
(JV) Difícil é apelido. Assim como a Lari falou, conciliar as agendas de todas é um problema e tanto. Isso para não falar do aspecto criativo. Imagine ter que planejar os acontecimentos dos vídeos com dois blogs, inúmeras contas no twitter, no 8tracks, instagram, fanpage…podemos dizer que dias de grandes eventos na história são dias perdidos para a gente “no mundo real”.
4) Vocês tinham experiências prévias sobre o assunto? Tiveram ajuda(como dicas e recomendações de equipamentos) de alguém que esteja nesse meio?
(LS) Duas de nós (a Anna Lívia e eu) estudaram e já trabalhavam no meio audiovisual, então isso ajudou bastante no processo. Como nós já conhecíamos pessoas que poderiam nos ajudar e estavam mais inteiradas de todos os processos por que uma produção passa, nós tivemos um começo bastante organizado e não penamos muito no que diz respeito a realmente fazer a websérie. Outras coisas, no entanto, foram mais na tentativa e erro – toda a transmídia, por exemplo, é super nova pra gente e passamos alguns meses experimentando antes da série começar pra podermos ganhar mais facilidade com ela.
(JV) De certa forma a profissão “oficial” de todo mundo ajudou. O know-how de produção da Larissa e da Anna fez o projeto ir pra frente. A Maynnara, que tem experiência com comunicação de moda e marketing, é responsável por toda a identidade visual do projeto, desde os logos até os figurinos – além de fazer boa parte da publicidade. A maior parte dos roteiros fica na mão da Maria Raquel, por causa da formação em letras, e da Larissa, pela vivência dela como escritora. Eu sou formada em comunicação social, então o grosso da produção transmídia fica comigo – principalmente o blog e o site do J. Alencar, além de ajudar nos roteiros que pedem alguma coisa mais técnica. Acho que também precisamos lembrar a ajuda da Jenni Powell, produtora executiva da série “The New Adventures of Peter and Wendy”. Ela fez um hangout virtual com a gente onde deu várias dicas sobre produção e coordenação de um webshow.
5) Quando iremos conhecer o Fernando e outros personagens? Jota Alencar irá aparecer também?
(LS) O Jota Alencar é um personagem que aparece exclusivamente na transmídia, então só teremos a presença dele através das redes sociais. Quanto ao Fernando, não podemos revelar exatamente quando, mas esperem pelo menos um episódio com ele nessa temporada.
(JV) Isso mesmo, sejam pacientes que vocês vão conhecer o Fernando logo, logo. Ele vai aparecer quando vocês menos esperarem.
6) Foi difícil adaptar Senhora para os dias atuais, utilizando a tecnologia à favor?
(LS) Foi relativamente fácil, por ter sido um trabalho em equipe. Muita gente colaborou com ideias quando ainda estávamos imaginando como seria esse projeto, e a adaptação em si correu por caminhos bem naturais. A inserção da tecnologia veio só muito adiante no processo, quando toda a história já estava definida.
7) Como é definido o que vai para a transmídia e o que vai para os vídeos?
(LS) Nós sempre nos perguntamos: “tal personagem faria isso na frente da câmera? Se não, podemos ignorar isso? Se sim, ele colocaria no ar?”
Essas são as perguntas guia, e dependendo da resposta, a gente define o que acontece no vlog e o que é citado na transmídia. Fora isso, os grandes acontecimentos são quase sempre acontecimento do vlog, por ser nossa mídia principal – não faz sentido inserir uma coisa gigantesca na transmídia quando somente uma parcela dos nossos espectadores vai ter acesso a ela. Basicamente, enquanto definíamos os roteiros, tudo isso já foi previamente separado, então existe um cronograma de tudo o que acontece e em que mídia acontece.
(JV) Quando ainda estávamos no estágio inicial de criação, montamos uma escaleta definindo tudo o que vai acontecer episódio a episódio e seus correspondentes na transmídia seguindo os princípios que a Lari mencionou.
8) Na equipe, quem se identifica com qual personagem? Que personagens tem características de vocês?
(LS) Acho que todas somos meio Fifi, mas na hora de escrever, cada uma abraçou um personagem específico. A Maria Raquel, por exemplo, é a headwriter da família Seixas – todas as falas do Fernando passam por ela primeiro, bem como toda a transmídia dele. A Fifi já virou carro chefe da Jacqueline, que inspirou a personagem em uma amiga, e desde então escreve praticamente todas as falas e tweets dela, além da Mari e do Jota Alencar. E eu que geralmente cuido da Aurélia, tanto no twitter como em seus episódios, e da Nic. Essa divisão ajuda os personagens a criarem uma voz própria dentro da série.
(JV) Como diz a Maynnara, a Fifi é o meme de nossos corações, não? Mas todas nós realmente abraçamos os personagens com quem mais nos identificamos para dar mais veracidade às falas de todos. Ninguém entende o Fernando como a Maria, e a gente nem ousa mexer nele. Quanto ao Jota Alencar, eis a revelação (faz a voz do Darth Vader): eu…sou…Jota Alencar! (risos)
9) Como tem sido a interação dos fãs? Vocês costumam alterar roteiro ou transmidia dependendo de como os fãs reagem?
(LS) Não. Como dissemos, tudo que vai acontecer daqui pra frente já está roteirizado, gravado e esquematizado, então não faz sentido mexermos em nada que possa balançar com esse equilíbrio.
10) Se vocês tivessem que adaptar qualquer outro livro, sendo brasileiro ou não, qual escolheriam?
(LS) Pergunta difícil! A verdade é que temos planos pra muitas adaptações brasileiras ainda. Na nossa fila de ideias já tem A Moreninha, Iracema, O Guarani… É esperar pra ver.
(JV) Muita gente perguntou porque não começamos com o Machado de Assis. Um dos meus sonhos é adaptar Dom Casmurro mas acho que ainda não temos cacife para mexer com Machadão ainda. Por enquanto vamos brincar mais um pouco com o romantismo, ainda temos muito a aprender.
Vocês podem conferir a transmídia dos personagens no twitter por aqui, e se inscrever no canal do youtube aqui!
Um muito obrigada especial para Rebeca K. pelos gifs.
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