Só digo uma coisa:
Cass parece ter uma vida perfeita, mas na verdade tem muitos problemas. Seus amigos odeiam seu namorado, seu melhor amigo está apaixonado por ela e a moça não consegue tirar da cabeça um garoto que conheceu em Cambridge. E a incerteza sobre qual faculdade deve escolher e alguns desconfortos dentro de casa acabam sendo adicionados numa equação que resulta numa estressada Cass, que precisa decidir e resolver tudo antes que desmorone de vez.
Sendo sincera, não gosto de Cass desde sempre. Descrita por Sarah e Ashley como a garota submissa que tinha um namorado extremamente babaca, nunca consegui entendê-la, quem dirá ir com sua cara. Pois bem, e aí que Três É Demais ferrou pra mim: é complicado ver acontecimentos da perspectiva de um personagem que você não aguenta. Com a chance de mostrar que Cass é muito mais do que vimos nos livros anteriores, Ali Cronin usa a mesma fórmula que deu certo nos outros. Só que dessa vez não teve jeito.
Ashley me achava fútil por me importar tanto com a aparência. Todo mundo tem direito a uma opinião, mas eu não me achava fútil. Só gostava de ficar bonita. Não tem nenhum mal nisso.
Cass é chata pra cacete. Se eu a conhecesse na vida real, teria metido sua cara numa pilastra há eras. Ok, ela tem seus dramas familiares e amorosos e está sobre pressão e só tem 17 anos, mas a garota se supera na encheção de saco. Treta com o que não deve e realmente é aquela namorada que não percebe que “o amor de sua vida” é um completo mané – e, pior, VIVE arrumando desculpas para o comportamento estúpido de Adam, dizendo que seus amigos são injustos ao julgá-lo. A mesma coisa aconteceu com Sarah no primeiro livro e, olha só!, Cass cortou relações com a amiga naquela situação. Ironia pra que, né? Além disso, a protagonista tem uns pensamentos escrotos e malvados, coisa que não se via com Sarah ou até mesmo Ashley. Sinceramente, não sou obrigada.
Três É Demais me irritou também pela narrativa. Pela primeira vez na série, mais senti como se estivesse lendo uma fanfiction mal escrita. Pode ter só sido meu estresse com Cass, porém aconteceu. Várias vezes me peguei jogando o livro pro lado com frustração devido ao eterno drama, tanto o central quanto os criados aleatoriamente para ocupar páginas. Foi chato mesmo. Pareceu o que imagino como seja um episódio ruim de Grey’s Anatomy.
Nós mulheres podemos ter dificuldades em diversas questões, mas temos que sentir pena de meninos e da censura que impõem a si mesmos. Não é à toa que às vezes eles tem uns ataques. Seus cérebros devem ser como panelas de pressão de sentimentos contidos.
A diagramação da Seguinte continua super fofa, inclusive, mas, de novo, as referências à cultura britânica ainda dão as caras e não são explicadas para o leitor. O que é sacanagem, já que uma das melhores frases do livro é uma piada com o atual primeiro-ministro que nem todo mundo vai entender. Mancada, né, gente.
Se você quer começar Garota <3 Garoto, não se desanime com essa resenha porque é uma série bacana. Mas, apesar dos raros momentos engraçados e dos poucos que envolviam política, que eu curto ler sobre, Três É Demais foi um poço de aporrinhação. Espero que o próximo, que se foca em outra personagem que não curto, não seja tão irritante quanto esse.
informações
Título: Três é Demais (Garota <3 Garoto #3)
Autor: Ali Cronin
Número de Páginas: 304
Edição: 1ª – 2013
Editora/Selo: Seguinte
Preço: R$29,90
Classificação:
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