Por Paulo Ricardo
Quando estreou em 1995, Toy Story revolucionou o cinema e a animação, e foi a porta de entrada para um novo modo de fazer desenhos. Eu lembro que tinha 9 anos quando fui assistir no cinema o primeiro filme, e me apaixonei de cara, porque mostra uma história simples mas bem elaborada, sobre um assunto que ninguém tinha pensado antes, e que depois, todos queriam que realmente fosse assim: brinquedos que se mexem e falam. Além disso, Toy Story nos dá uma lição de moral, além de ter personagens extremamente carismáticos, e por isso atrai não só crianças, mas também adolescentes e adultos. Quatro anos depois, é lançado a segunda parte, com novos personagens e nova história. Todos os elementos do primeiro filme estão presentes nessa segunda parte, sendo tão boa quanto o primeiro. Mas a história estava inacabada, e precisava de mais um episódio, quem sabe um episódio final. E onze anos depois, a Pixar lança Toy Story 3 (Toy Story 3, 2010), com grandes expectativas de ser a animação do ano. E foi exatamente isso que aconteceu: Toy Story 3 foi um sucesso de público e crítica, e trouxe de volta todos os elementos dos dois filmes anteriores, com mais personagens, nova história, novas cenas memoráveis e mais lição de moral.
Andy cresceu e está indo para a faculdade, e agora ele precisa deixar de lado seus brinquedos e seguir com a vida, mas claro, sem abandoná-los. A mãe de Andy pede para ele separar os brinquedos que quer guardar e os que vão para a doação, e claro que os brinquedos dele vão para o sótão, onde ficarão livres e prontos para quando Andy quiser relembrar os velhos tempos. Mas algo dá errado, e, por engano, Woody e seus amigos vão parar em Sunyside, uma creche. Lá, eles conhecem o urso Lotso, que diz que a creche é o melhor lugar para ficar, onde eles nunca serão esquecidos, e sempre terão novas crianças para brincar. Todos adoraram o lugar e a idéia de que poderão brincar para sempre, e todos acham que Andy os abandonou de verdade. O único que não acredita é Woody, que logo descobre que a creche não é bem o que o ursinho disse, e ele tem que resgatar seus amigos antes que Andy vá para a faculdade, e esqueça de vez seus brinquedos.
Qual a melhor forma para terminar a saga de Toy Story, sem que Andy cresça e que deixe seus brinquedos de lado (da melhor forma possível, claro) para seguir sua vida adulta? Toy Story 3 foi perfeito, e não tinha como fazer melhor, e nem como acabar melhor. Desde a primeira cena, a clássica cena onde Andy brinca com os seus brinquedos, já sabemos que terá muita aventura, ação, diversão, risadas e muita emoção. O filme não tem nenhum defeito e nenhuma coisa errada, e as piadas repetidas têm uma roupagem nova e diferente: Buzz se achando que realmente é um patrulheiro espacial, e Jessie com medo de ser abandonada, além dos ataques eufóricos e preocupados do Rex, por exemplo. Mas o filme nos mostra novas piadas, novos acontecimentos, e novas cenas memoráveis, como a super engraçada cena do encontro de Barbie e Ken, além de ele insistir que não é um brinquedo de menina; mas ele é sim, não? Toy Story 3 é um filme que vai emocionar principalmente adolescentes e adultos que acompanharam a história nos cinemas desde o primeiro longa, quando eram pequenos. O filme toca em assuntos como a amizade, amor, e agora, o adeus e a despedida, que é inevitável, tornando o filme mais melancólico e triste de todos da série.
Mas a parte triste fica bem para o final, e antes, somos nocauteados com humor e muita diversão, num roteiro que nos contagia de uma forma incrível, embalada em uma excelente trilha sonora, lembrando as outras canções dos dois filmes anteriores. Em Toy Story 3, as aparências enganam, e muito, e assuntos como lealdade, liderança e julgamento pela aparência, estão presentes; e essas são as lições de morais mais presentes no filme. Apesar de o ursinho Lotso ser malvado com Woody e seus amigos, conseguimos ter pena de tudo o que aconteceu com ele, mas claro, até um certo ponto. Depois de tanta aventura, correria, trabalho em equipe, lições de morais, risadas, ação e emoção, chega a parte mais emocionante do filme: a despedida de Andy com seus brinquedos. Aqueles de coração mais sensível, e principalmente aqueles que acompanham a trajetória do trio Andy-Woody-Buz, desde o início, vão se emocionar e chorar com o desfecho mais que perfeito e digno de fechar uma série de filmes mais importantes do cinema. A forma como o diretor explorou essa cena foi espetacular, e é impossível não deixar cair alguma lágrima, ou então, ficar apreensivo com a situação. E mesmo Andy estar crescido, a gente percebe o enorme carinho que ele tem com seus brinquedos, principalmente na cena em que ele analisa a pessoa escolhida, brincando com os outros brinquedos. E quem será que Andy escolheu para cuidar de seus brinquedos? E será que foi Andy mesmo que escolheu?
Toy Story 3 é sensível, emocionante, melancólico, triste, engraçado, repleto de ação e muita emoção, e fechou com perfeição a melhor série de animação da história do cinema. Será que teremos mais um filme? Toy Story 3 foi lançado em cópias 3D, que nem teve muita diferença, e faturou uma enorme bilheteria de mais de U$$ 1 BILHÃO de dólares, sendo sucesso, também, de crítica. O filme está indicado na categoria Melhor Filme e Animação. Melhor filme não vai ganhar, porque COM CERTEZA, e MUITO MAIS QUE CERTO, já vai ganhar o Oscar de Melhor Animação.
FICHA TÉCNICA
Título original: Toy Story 3
Direção: Lee Unkrich
Elenco: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack (Vozes).
Roteiro: John Lasseter, Andrew Stanto.
Duração: 103 minutos.
País: EUA
Gênero: Animação, Aventura, Comédia.
Trailer: (x)
Classificação:
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