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#TeoremaJohnGreen – A origem de O Teorema Katherine

selosemanajohngreen

O segundo livro do autor começou de uma maneira diferente, além de ser a primeira tentativa dele em escrever um romance em terceira pessoa, John Green tinha o título em mente antes de pensar na própria estória. Quando estava na faculdade, John participou de um projeto e criou uma bibliografia fictícia de um autor também fictício, e um dos livros se chamava An Abundance of Katherines (título original de O Teorema Katherine) e era sobre um gênio de anagramas.

Depois de Quem é você, Alasca? John queria escrever um livro sobre a preocupação e a obsessão, principalmente dos jovens, em se tornarem importantes para o mundo, de alcançarem algo que mude o mundo. Ele se interessava por uma ideia que todos temos: para “fazer a diferença” precisaríamos da fama, da notoriedade e um digno legado. No caso de Colin Singleton, que está passando por essa fase de uma forma bem extrema, a necessidade de se tornar importante não saía de sua cabeça, e o fato de torná-lo uma criança prodígio foi ainda melhor para o romance. Depois de ler o livro “Carpinteiros, Levantem Bem Alto a Cumeeira & Seymour, Uma Apresentação” de J.D. Salinger, surgiu a curiosidade sobre crianças prodígio e foi a oportunidade perfeita utilizar isso em O Teorema Katherine.

A narrativa em terceira pessoa também foi bem pensada por John Green; pela personalidade de Colin e o distanciamento que ele tem com suas emoções, seria mais fácil entendê-lo com a narrativa de tal forma. Colin é considerado um personagem difícil, que nem todos conseguem simpatizar, imagine o quão complicado seria ler o romance na cabeça do garoto.

É fácil perceber que a própria introdução do romance aparenta algo surreal: como alguém que viveu a vida toda em uma única cidade, por maior que seja, teve “relacionamentos” com 19 meninas do mesmo nome? Essa foi outra ideia de John, criar algo magicamente realista em sua ficção. Foi a partir disso que ele decidiu mudar a estrutura do livro, desconstruindo tudo que faz uma estória funcionar, e ignorando táticas de organização que ajudam a formar sentido no texto na mente do leitor. A constante presença das notas de rodapé é um exemplo dessa desconstrução, feita com a intenção de criar uma competição entre tais frases e a narrativa central, e ao mesmo tempo acrescentar clareza e precisão.

Por último, mas não menos importante: Qual a origem do próprio teorema? A resposta pode parecer um pouco óbvia, mas o fato de Colin ser um prodígio obcecado por Katherines, e ser sempre o Terminado nas relações, é suficiente para ele ter a ideia de criar o teorema. Logo após o fim do último ano do colegial, ele procurava respostas e mais do que tudo, procurava conseguir Katherine XIX de volta. “É o trabalho de um louco iludido desesperado por encontrar um caminho intelectual dentro de um problema que é, sobretudo, não intelectual.” – John Green. A fórmula matemática foi essencial para o desenvolvimento do personagem, mas não foi feita por John sozinho, e sim com a ajuda de seu amigo matemático Daniel Biss. Segundo John, sem ele o livro não existiria.

Curiosidades sobre a criação de O Teorema Katherine:

  • John Green decidiu escrever o livro depois de levar um pé na bunda.
  •  John escolheu o número 19 (de Katherines) por ser um número primo grande o suficiente para deixar a situação de Colin completamente impossível.
  •  Por que o Arquiduque Francisco Ferdinando? Segundo John, ele é um bom exemplo de alguém importante para a história do mundo, e que não fez nada para alcançar isso. Fato que se relacionou com a obsessão de Colin.
  •  Por que o nome Katherine? John escolheu esse nome por ser bom para criar anagramas, ele contém a mistura certa de consoantes e vogais.
  • Por que o nome Colin? Ele está constantemente ligando (callin’) para suas ex-namoradas.
  •  A cidade de Lindsey Lee Wells, Gutshot, não existe; porém, foi inspirada na cidade da avó de John Green, Skullbone (no Tennessee).
  • Hassan Harbish é o único personagem que John consideraria colocar em um futuro livro. John ainda pensa muito nele, e o imagina fazendo piadas, mas ainda assim, uma sequel de qualquer um de seus livros seria praticamente impossível de existir.
  • A capa da edição brasileira do livro (e da nova edição americana) foi criada por uma nerdfighter, Sarah Turbin.

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8 Comments

  • Reply
    Semana #TeoremaJohnGreen |
    26/03/2013 at 10:37 pm

    […] 26/03 – #TeoremaJohnGreen – Promoção Cultural, por Brincando com Livros 26/03 – Por que Katherine?, tweet de 10 mil vezes e capas de fãs, por Mais um Capítulo 26/03 – Desvendando Personagens, por Brincando com Livros 26/03 – O teorema Khaterine — John Green, por Este já Li 26/03 – [Promoção] Quebrando a cabeça com as capas – 3ª capa, por Nosso Clube do Livro 26/03 – #TeoremaJohnGreen: citações, por Literalmente Falando 26/03 – Os Anagramas (e outras peculiaridades da narrativa), por Nem Um Pouco Épico 26/03 – A origem de O teorema Katherine, por Who’s Thanny? […]

  • Reply
    Luísa Krummenauer
    26/03/2013 at 11:13 pm

    Assim vocês só fazem a gente ter mais vontade de ler o livro, haha. O Teorema de Katherine parece envolver assuntos tão legais, que tenho a impressão que vou engolir o livro no menor tempo possível.

  • Reply
    Felipe
    26/03/2013 at 11:18 pm

    Muito legal! não sabia de nada que está escrito ai, John Green é simplesmente fantástico, mal posso esperar para ganhar as promoções /grin

  • Reply
    Jéssica Cardoso
    26/03/2013 at 11:22 pm

    Cada vez mais ansiosa para ler este livro *-*

    Ótimo post, Ells ?

  • Reply
    Sue Anne
    27/03/2013 at 1:12 pm

    Ellen, you’re a mind reader. Não sei se você viu meu tweet que eu ganhei esse livro ontem, mas esse post veio a calhar.

    Super ansiosa pra começar Abundance of Katherines. Já dei uma olhada no início e é super fofa a dedicatória que ele faz pra Yeti.

    Ótimo post, Ells.

  • Reply
    Franciele Alves
    28/03/2013 at 1:10 am

    Adorei saber sobre o JOhn e como ele criou esta historia que parece ser fantastica … ele é um dos meus autores preferidos… mesmo que ele me faça chorar…

    /sigh

  • Reply
    Júlio César
    09/04/2013 at 3:23 am

    Que legal! Não sabia essas curiosidades sobre o John Green. Já é o segundo livro que leio dele e to amando!

  • Reply
    Alexandre Bessa
    19/09/2018 at 7:38 pm

    Eu achei este livro um tanto simples, contudo há algo a ser aprendido. Que bom que fez uma publicação sobre ele, está muito interessante este texto. Abraços.

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