Sombra e Ossos é o primeiro volume da Trilogia Grisha, da novata Leigh Bardugo e, apesar de estreante, parece que sua narrativa já estava rondando este mundo literário há muito tempo.
É muito difícil que eu pegue um livro cheia de expectativas. Eu sempre me dou um toque e digo mentalmente “Ei, se toca, isso pode ser a maior roubada!”. Sempre funciona. Mas com Sombra e Ossos foi um pouquinho diferente, porque ignorei completamente esse conselho do anjinho bom e subi em um Monte Everest de expectativas e cara, a vista lá de cima foi tão bonita que eu não quis descer.
É difícil não se deixar envolver com a escrita de Bardugo. Ela te surpreende completamente ao mudar o ponto de vista da história, não de personagem para personagem, mas de terceira pessoa (que é como o livro começa), para primeira pessoa, com a narração de Alina sobre esse novo mundo. Um mundo de poderes exuberantes e cidades esplêndidas.
Mas olha só, eu nem apresentei a história e só vou ficar elogiando essa escrita linda? Nop nop, vamos lá. Alina e Mal são órfãos e foram criados pelo Duque em um pequeno palácio de Ravka e eram severamente educados pela governanta carrancuda Ana Kuya. Eles só tinham um ao outro e não iriam deixar nada nem ninguém os separarem. Muito menos os Grishas, que são entidades mágicas que testam crianças a procura de novos seres mágicos como eles. Esses Grishas formam o segundo exército, que protege o seu país contra a Dobra das Sombras, um lugar repleto de escuridão e monstros terríveis, os volcras.
Alguns anos se passam e Alina e Mal não são mais crianças. Agora eles fazem parte do Exército e servem o Rei. Mal, o melhor rastreador de seu tempo, e Alina, uma cartógrafa sem muita importância. Esses dois melhores amigos que fariam de tudo um pelo outro são, agora, quase estranhos. E isso afeta ainda mais Alina, já que ela não é lá muito sociável nem bonita, com sua aparência de graveto.
“I’m not like you, Mal. I never really fit in the way you did. I never really belonged anywhere.”
“You belonged with me.”
Até que uma expedição à Dobra das Sombras acaba dando errado e, surpreendentemente, um poder novo é revelado. Alina, como vocês devem ter sacado, não é uma simples garotinha atarracada, e sim uma Grisha. Uma das mais poderosas de todos os tempos. E com esta descoberta ela precisa ser protegida. E essa proteção requerer atenção de perto do Darkling.
“You’re shaking.”
“I’m not used to people trying to kill me.”
“Really? I hardly notice anymore.”
O Darkling. Como começar a descrevê-lo? A figura das sombras, o vilão, o terrível. Mah, não é exatamente isso tudo. É algo muito pior e ao mesmo tempo nada disso consegue lhe descrever. De tempos em tempos, associava sua figura superior e arrogante, com o jeito desajeitado do Mr.Darcy. Em algumas passagens do livro essa semelhança fica quase nítida. O Darkling é a figura superior, o comandante do Segundo Exército do Rei, que planeja usar os poderes de Alina, que é uma Conjurada do Sol, para explodir a Dobra das Sombras e acabar de vez com qualquer ameaça à população.
O Darkling é uma figura das sombras, enquanto Alina é um ser repleto de luz. Entendam a analogia e gritem histéricamente por dentro igual à mim.
“I’ve been waiting for you a long time, Alina” He said. “You and I are going to change the world.”
Além do enredo e narrativas cativantes, o mundo criado por Bardugo neste livro é sensacional. Descrições de figurinos grandiosos, divisões de castas por cor e a fantasia que estamos tão apaixonados.

Não posso entregar mais nada sobre a história porque imploro de joelhos que você saia correndo e leia este livro. Talvez eu não tenha lhe convencido pela crítica um pouco embaralhada e confusa, mas ela é cheia de feels contidos para não revelar grandes spoilers, já que Sombra e Ossos é CHEIO de plot twists.
E ah, outra coisa, a ambientação é baseada na Rússia. Se eu precisar dizer mais alguma coisa, é só falar.
Informações
Título: Sombra e Ossos (Trilogia Grisha #1)
Autor: Leigh Bardugo
Tradução: Eric Novello
Editora/Selo: Gutemberg
Nº de Páginas: 288
Edição: 2ª – 2013
Preço: R$29,90 (Compre aqui)
Classificação:
3 Comments
Natália Gomes
24/09/2013 at 6:22 pmEu gostei muito de Sombra e Ossos. Tem um punhado de “cliches” típicos de aventuras cujo protagonistas são adolescentes, mas há um “Q” (maiúsculo mesmos) que prende o leitor, que te deixa sedento por mais. Além do mais, é um daqueles livros que o vilão é foda (desculpe, não consigo odiá-lo), mas que os protagonistas não são idiotas (isto é raro).
Who’s Thanny?: “O mundo criado por Leigh Bardugo em ‘Sombra e ossos’ é sensacional” | Grupo Editorial Autêntica
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14/04/2014 at 6:36 pm[…] foi exatamente o que aconteceu comigo e S&S. Talvez esse tenha sido o maior problema de todos. Eu adorei tanto, mas tanto Sombra e Ossos que esperei demais de Siege & Storm e acabei me decepcionando um pouquinho. Vou explicar pra […]