Música

Quem nunca caiu no buraco negro do K-Pop?

É 2019 e agora está quase impossível se desvencilhar do pop coreano que tem varrido o mundo. Quando até a Billboard se rendeu aos encantos asiáticos e começou a reportar as idas e vindas dos tais idols, talvez tenha chegado a hora para nós também – meros mortais – nos rendermos.

Se você acompanha o WT a um tempo, já deve ter percebido que o K-Pop está presente na vida de boa parte da nossa equipe, mas você provavelmente não sabe que algumas outras, bem… nunca deram muita ligança para esse lado da música por N motivos. No meu (Byzinha) caso, a resistência se deu porque eu sempre gostei muito de pop e sabia bem que com a vastidão que é o K-Pop, eu com certeza iria me afundar muito rapidamente. E, bem, minha convicção estava certa.

Para explicar melhor, vou ter que voltar um pouco no tempo. Once upon a time, cerca de 10 anos atrás, eu tinha um blog sátira de Twilight com duas amigas chamado “Jakemmesper”, não sei se você já ouviu falar. Na época, uma das meninas era minha amiga de infância e ela sempre gostou de cultura asiática. Lembro muito bem dela falando das coreaninhas e suas danças contagiosas, e sim, estou falando de Girls’ Generation. A música que ela me mostrou na época era nenhuma menos que “Gee” e lembro muito bem das roupas coloridas. Lembro também do lockerroom de “Oh!” como um dos clipes que eu sempre reconheceria. “Esse é o clipe que a Anne me mandou.

A verdade também é que eu tenho um fraco por asiático, sempre tive. Então seria muito tentador ficar descobrindo mais coisas sobre eles, não nego. Ignorar o K-Pop era a coisa mais segura a se fazer nessa minha vida de internet brasileira, e passei assim, ouvindo uma música aqui e outra ali, incapaz de me importar com o que estava acontecendo na Ásia, por muitos e muitos anos.

Muitos mesmo.

Tipo uns nove.

Nesse meio tempo, meu irmão – um devorador assíduo de cultura asiática (especialmente japonesa, com seus mangás, animes e rock ‘n roll) – tentava de tudo para nos convencer a assistir as coisas que ele assiste. “Nos” no plural mesmo, porque tanto eu quanto meus pais e minha tia éramos vítimas de suas investidas. Juro que ele tentou de tudo, tudo mesmo, mas quase nunca teve sucesso, pobrezinho. Até que ano passado, quando mudamos a televisão para uma smart, ele finalmente descobriu o ponto fraco dessa família:

~*REALITY SHOWS DE MÚSICA.*~

O primeiro reality que a gente assistiu foi “Show me the money”, o que me levou a ouvir um pouco de Zico, Woo e Tiger JK, mas foi assistindo o “Produce 48” que eu comecei a ir atrás das musiquinhas de verdade. Cada cover que as meninas faziam eu ia ouvir o original, e além disso, a jurada de rap era a Cheetah, cujo álbum acabou entrando nos meus mais ouvidos do Spotify, mesmo que eu tenha começado a ouvir em tipo, setembro.

(shout out pra Mareska que me mandou uma lista de must-listen do Zico pra eu me inicializar)

O primeiro grupo que eu ouvi mesmo enquanto assistia PD48 foi Wanna One com aquela dor no peito porque eu sabia que ia dar disband em breve, mas tão boas as músicas :/ Ouvi um pouco de BLACKPINK, TWICE e Red Velvet também e claramente morri de amores pelo IZ*ONE – grupo formado através do programa -, e foi entre playlists “K-Pop Rising“s, “K-Pop Daebak“s e “Bubblegum K-Pop“s (assim como a mais maravilhosa de todas, “Sexiest K-grooves“) no Spotify que eu comecei a me familiarizar ainda mais com as músicas, mesmo que eu não saiba como é a cara dos artistas.

Agora, vocês têm que entender uma coisa sobre mim. Mesmo com as bandas ocidentais, minha especialidade é ouvir as músicas e não saber dizer nem o nome do vocalista, porque eu não vou atrás de detalhes sobre eles tipo nunca. Com o K-Pop não foi diferente. O único grupo que eu conhecia os membros era o IZ*ONE exclusivamente porque eu assisti o reality (assim como só reconheço o Woo entre os rappers por causa do SMTM, e o Tiger porque ele parece o Aizawa, mas shh) e eu acho que até aí é onde minha K-Popagem estava saudável.

O problema de verdade começou quando EXO lançou “Love Shot”. Por quê? Bem, olha esse teaser e descubra por si só:

Sabe o que aconteceu? Aconteceu que eu assisti esse teaser na minha televisão nova e enorme e eu quase derrubei o celular assim que começou. Se você acha que eu fui correndo mandar mensagem pra nossa especialista Cambi aos berros perguntando QUEM É ESSE DE VERMELHO E A QUEM EU DEVO AGRADECER?????????????? você achou certo. Porque aqui é Brasil e as coisas funcionam pelo útero, não é mesmo?

Então todo desastre que aconteceu em seguida basicamente é culpa do Kai. (eu como cheerios porque eles são bons pro coração e meu coração foi danificado severamente. então Kai, se você estiver aí…)

E por “desastre” eu quero dizer eu indo nos YouTube da vida e começar a assistir aqueles “guias” sobre os grupos para saber quem é quem. ALERTA DE CILADA: não tente saber quem é quem. Sério, não tente.

Na verdade eu só assisti guia de dois grupos: EXO e… BTS. E se você por acaso segue minhas redes sociais, pode ter percebido que… bem… BTS é minha vida agora. Antes que eu percebesse, meu celular estava assim:

(serase namjoon é meu bias???????????)

Então meu YT ficou assim: BTS, BTS, BTS, NBA, BTS, IZ*ONE, Ms. Mojo, NBA, Pokémon GO, BTS etc.

O que quer dizer que embora eu ame minhas IZ*ONE mais, BTS me destruiu. E o fato dessa obsessão começar bem próximo da venda de ingressos da turnê foi a cereja no bolo, porque acabou que Hypia e eu vamos nesse show (no domingo, porque o do sábado não deu).

Sem querer, mas completamente ciente do que estava acontecendo, eu caí no buraco negro do K-Pop, como Sam, Cambi, Thayná e até Mareska preveram. Eu sabia que estava cavando minha própria cova ao assistir mais um MV, mais um compilado, mais um loop, mas os buracos negros são assim – te sugam cada vez mais e quando você vê já é tarde de mais.

Eu S A B I A que isso ia acontecer. If only eu tivesse ouvido a eu de 10 anos atrás que disse “a louca do pop não deve mexer com os coreano” eu estaria sã e salva agora, mas esse não foi o caso e hoje em dia eu descubro um grupo (novo ou velho) todos os dias, porque K-Pop aparece em literalmente todos os meus radares e eu estou encurralada. Sem reclamar, mas encurralada.

Faz uns seis meses que eu passei a ouvir K-Pop regularmente e posso dizer com convicção que pode ter levado 9 anos para eu chegar nesse ponto, mas a queda foi completamente rápida e eficaz. O buraco negro, diga-se de passagem, é até que confortável. A música é boa e as pessoas, bem… digamos que aqui no buraco negro do K-Pop “fanservice” é uma obrigação.

E não estou reclamando. Longe de mim.

Manda mais.

E toma esse stage de “The Eve” pra você entender melhor o que eu to falando.

(e caso estejam curiosos, meus pais também entraram na onda, principalmente minha mãe – embora ela esteja mais obcecada com os dramas do que com as músicas. mas se você acha que eu tive que mudar o plano do Spotify pro família por causa dela querendo ouvir as OST, você achou certo)

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