Cinema

Quarteto Fantástico (2015)

O reboot de Quarteto Fantástico que foi criticado e massacrado veio para mostrar como a FOX quer fazer uma Marvel diferentona e, talvez, mais interessante. Mas isso a gente já sabia desde Dias de um Futuro Esquecido.

Fantastic Four quarteto fantástico

É, você não leu errado, eu disse que pode ser mais interessante. Mas vou logo avisando que sou dessas pessoas que nÃO GOSTA da Marvel A da Disney, então muito da minha opnião pode divergir da maioria das pessoas, inclusive da sua, fiel leitor alto astral. E eu te entendo perfeitamente. Só me dá uma chance aqui de me explicar, pode ser? Por favorzinho?

Quarteto Fantástico, o reboot, começa com Reed do 5º ano (Owen Judge futuramente Miles Teller) viajando na aula de profissões sobre como ele quer ser a primeira pessoa a se teletransportar e tagarelando sobre como o transporte de informações e matéria já era possível e como isso poderia acontecer com pessoas também, um papo bem científico que deixa todo mundo na sala achando o garotinho bem maluco exceto Ben (Evan Hannemann – de Fresh off the Boat!! -, futuramente Jamie Bell) que fica extremamente curioso. Tal curiosidade levou Ben a ajudar Reed com seu primeiro modelo de teletransporte construido na garagem de casa e desde então os dois são inseparáveis.

Anos depois, no final do colegial, eles já têm um modelo capaz de levar e trazer a matéria teletransportada e eles poderiam não sair disso se o Dr. Franklin Storm (Reg E. Cathey) e sua filha Sue (Kate Mara) não estivessem na feira de ciências onde o modelo foi apresentado e é assim que Reed vai parar numa super faculdade de tecnologia, num laboratório muito, mas muito parecido com o Sincrotron da Unicamp (que é o mesmo laboratório onde as experiências malucas de Zero, o Homem do Futuro, foram gravadas) trabalhando com não apenas o Dr. Storm e Sue, mas também com Victor Von Doom (Toby Kebbell) e Johnny Storm (Michael B. Jordan).

Obviamente, o que mais desanimou os fãs de Quarteto Fantástico ao redor do mundo foi a falta do humor tão característico da Marvel. E é claro que é legal ter um filme engraçadinho, tudo e tal. É por isso que o Homem Aranha do Andrew Garfield era muito melhor que o do Toby Maguire; é por isso que o trailer de Deadpool fez tanto sucesso e recebeu tanto amor. Os fãs dos quadrinhos estão acostumados e apaixonados pelo sarcasmo, pelo humor depreciativo que são a essência da maioria das histórias encontradas por aí. E okay, talvez a FOX tenha Nolanizado um bocado com Quarteto Fantástico, trazendo um ar quase apocalíptico com seus trailers no melhor estilo Interstellar, uma seriedade para as cenas que foram densas e preocupantes, uma culpa e raiva que distanciou ainda mais da duologia original.

Uma coisa sobre os filmes originais da FOX/Marvel é que as duas tentativas anteriores de fazer Quarteto Fantástico acontecer nunca, jamais poderiam ser comparadas ao brilhantismo, por exemplo, da primeira trilogia de X-Men. Então qualquer coisa – QUALQUER UMA – que viesse depois não poderia ser pior do que já tivemos. E eu sei que o Rotten Tomatoes não concorda comigo, e isso provavelmente é meu lado DC-trash que ama uma dark storyline falando, mas esse reboot, embora esteja muito, mas muito mesmo longe de chegar aos pés do que é a nova trilogia/prequência de X-Men, foi SIM melhor do que os filmes anteriores.

Veja bem, eu não posso dizer que sou uma entusiasta de Miles Teller, novo queridinho da América (que também é mais ou menos um Michael Cera que ninguém sabe exatamente como foi parar onde chegou), apesar de eu ter assistido vários filmes dele. Ultimamente ele meio que calhou de estar em vários dos filmes que assisti. Eu não li quadrinhos, não assisti a animação quando era criança, não cresci com esses personagens. Eu só meio que estive por aí – assim como Miles tem estado – e só assisti o filme porque era meu aniversário e meu irmão falou “PQ NÃO?”. Eu só sabia que a primeira duologia era tão ruim que eu não SUPORTO ver o nome “Surfista Prateado” quando passa um reprise na TV. E foi mais ou menos com essa mentalidade que eu encarei a sessão de cinema: sem nada a perder.

É claro que o filme poderia ter sido melhor. Por exemplo, o jeito que eles derrotaram o Dr. Doom foi, diga-se… fácil. E sim, foi um filme extremamente sério, porém incapaz de trazer muitas emoções além de tensão por personagens gostáveis. Mas, veja bem, o filme teve personagens gostáveis, mesmo que não tivesse dado tempo de gostar deles mais profundamente, é verdade. E, embora não seja engraçado, o filme foi um divertimento. Não são 100 minutos perdidos, ao contrário do que muita gente quer dizer que é. Não é espetacular. Ele só veio desde o início sendo criticado porque muita gente está azedinha com o fato da FOX não ter aberto mão desses personagens para a Disney/Marvel. A FOX, como era de se imaginar, tinha outros planos. E talvez ela tenha sentado na graxa, mas Quarteto Fantástico até que foi legal. Foi sim, to falando sério.

O que quero dizer, no fim das contas, é que entendo porque há pessoas que odiaram. Entendo de coração. Mas também acho que a maioria das pessoas já vai sentar no cinema com pré conceitos que poderiam ser quebrados se eles relaxassem um pouco e só curtissem o filme como se fosse algo sem nada a perder. Talvez, apenas talvez, a recepção seria um pouco melhor.

De qualquer maneira, a minha sessão, numa quinta-feira às 9 da noite, estava tão lotada, na sala mais cara do cinema, que eu tive que pegar fileira B. Então quem sabe? Talvez eles consigam o suficiente para trazer um Quarteto Fantástico 2 às telonas com mais medo ainda por parte dos fãs e uma quarta chance de fazer isso funcionar. Quer dizer, até Percy Jackson conseguiu sequência! Quem sabe a FOX não dá uma de Disney/Marvel reversa e entrega um filme melhor na sequência, ao contrário do que aconteceu com Avengers, né gente? #WeGotSomeShade

Por enquanto, se eu fosse você, acho que vale dar uma chance, mesmo que seja no dia mais barato do cinema mais barato. Lembrem: nada a perder.

PS: Não fica até o final porque não tem ceninha.

ficha técnica

Título original: Fantastic Four
Direção: Josh Trank
Elenco: Miles Teller, Michael B. Jordan, Kate Mara, Jamie Bell, Toby Kebbell, Reg E. Cathey, Tim Blake Nelson
Roteiro: Simon Kinberg, Jeremy Slater, Josh Trank
Trilha sonora: Marco Beltrami, Philip Glass
Duração: 100 min
País: EUA
Gênero: ação, sci-fi
Trailer: (x)
Classificação: ★★★½☆

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2 Comments

  • Reply
    Cecília Maria
    08/08/2015 at 1:42 pm

    Adorei a sua crítica, de verdade. Eu tenho certo preconceito com os filmes da Marvel produzidos pela FOX, vide que eu peguei um ódio inexplicável do Homem Aranha. Mas Dias de Um Futuro Esquecido veio para provar que a FOX pode sim fazer uma coisa de qualidade. Não estou esperando muita coisa de O Quarteto Fantástico, mas é como você disse, não tem como ser pior que os dois anteriores, né? A única coisa boa daqueles filmes era Chris Evans, convenhamos. Mas estou louca atrás de companhia para ir ver esse filme, quero tirar minhas próprias conclusões e ver quais críticas tem ou não fundamento.

    Beijo

    • Reply
      Byzinha
      11/08/2015 at 2:34 pm

      Eu nunca tive bronca com a FOX, mesmo com Spiderman 3 sendo tÃO RUIM. haha Mas eu acho que minha falta de bronca com eles se dava porque eu sempre amei muito X-Men, provavelmente os únicos personagens da Marvel que eu realmente gosto. Pesou pra eu não ligar tanto na hora de assistir esse reboot e até que foi legal. Tente assistir sim, vai que você acaba gostando?

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