Por Byzinha
Pois é, ano passado eu descobri John Green e não larguei mais, judge me. Paper Towns (em tradução livre “Cidades de Papel”) é o terceiro livro solo de Green e eu vou ter que ser honesta: é morno. Numa tentativa de não ser dramático como Alaska [x], nem romântico-feliz como Katherines [x], Towns acabou virando, literalmente, um livro meio termo.
O livro começa com Quentin contando uma história de quando ele era pequeno. Ele e sua vizinha e amiga Margo estavam indo para o parquinho quando encontraram o corpo de uma pessoa. A partir de então, ela ficou obcecada por mistérios e queria investigar a morte do cara. Margo sempre foi assim: ela dava passos para frente, ela arriscava. E, de alguma forma, eles se separaram. Até que, pouco antes da formatura, Margo bateu na janela de Q, chamando-o para uma aventura durante a noite, algo que ela queria fazer com ele como companhia. E eles foram. Exploraram Orlando, invadiram o Sea World, dirigiram por HORAS pregando peças nas pessoas que Margo julgou merecerem um castigo. Depois dessa noite, ela some. É comum ela desaparecer, ela costuma fazer isso, mas algo está diferente dessa vez e Quentin sente a necessidade de ir atrás dela. E é assim que ele começa a desvendar as pistas deixadas para ele até alcançá-la.
What a treacherous thing to believe that a person is more than a person.
Green é especialista em filhos com família bem estruturada e eu estou chegando a conclusão que ele foi uma pessoa de vida estável com o pai, a mãe e o irmão (não sei ao certo, é uma suposição). Desde Miles (Alaska), passando por Colin (Katherines) e até mesmo Mia (Zumbicorns), nós temos essas pessoas com pais que se amam e amam seus filhos e com Quentin não é diferente. Ele também é filho único (por enquanto a única personagem principal do Green que tinha irmãos é a Mia), os pais são psicólogos e muito amorosos, sem invadir de mais o espaço dele e se importando o suficiente. Particularmente, gosto disso. Eu estou meio que cansada de ver tanta família bagunçada por aí, pais separados, personagem que odeia o pai e/ou a mãe. É triste que atualmente o raro mesmo é ver criança com uma família sem grandes problemas.
E agora que estou lendo Will Grayson, Will Grayson, lembrei dessa conclusão que eu tinha chegado em Towns: Green sabe escrever amigos. Q tem dois amigos que sim, têm as suas diferenças, mas estão sempre lá um para o outro. Ben é obcecado por bailes de formatura e está todo empolgado com o que está por vir. Ele também consegue conquistar Lacey, a melhor amiga de Margo. Radar é viciado em editar um site chamado “Omnictionary” – um wikipedia dos cara, que foi efetivamente criado após o lançamento do livro [x] – e seus pais estão no Guiness por possuirem a maior coleção de Papais Noel negros do mundo. Eles são tão nerds quanto Q e muito engraçados. Ben me fez soltar altas risadas na parte da viagem deles para encontrar Margo.
É um livro tão inteligente quando os anteriores. Tudo exala conhecimento e isso é genial. Ainda assim, o livro tem bons momentos, mas nada que me fizesse borbulhar de alegria como os dois que li anteriormente ou me divertisse como o que li em seguida (Zombicorns – em breve review para vocês, seus lindos). Acho que foi o livro menos quotável do John, porque só no primeiro capítulo de WG, já quis marcar um monte de coisas kk.
Não me entendam mal, o livro é bom. Só não é melhor que os outros dele, mas se você levar em consideração o alto nível de Green, você lê numa boa. E se você, como eu, está disposto a seguir a carreira literária dele, você PRECISA ler Paper Towns. Não é um life-changing, mas é um ótimo passatempo e sem extremos. Leve e divertido.
Did you know that for pretty much the entire history of the human species, the average life span was less than thirty years? You could count on ten years or so of real adulthood, right? There was no planning for retirement, There was no planning for a career. There was no planning. No time for plannning. No time for a future. But then the life spans started getting longer, and people started having more and more future. And now life has become the future. Every moment of your life is lived for the future–you go to high school so you can go to college so you can get a good job so you can get a nice house so you can afford to send your kids to college so they can get a good job so they can get a nice house so they can afford to send their kids to college.
Devo acrescentar que esse quote me lembra Kind of a Funny Story [x], que o menino vai a loucura justamente por medo de não conseguir uma boa nota, que não conseguiria entrar numa boa universidade, fazer um bom curso, conseguir dinheiro para ter uma família, etc kk.
Os direitos para virar filme foram comprados, John Green chegou a escrever o roteiro, mas por conflitos internos, em 2010, a ideia foi posta na geladeira. Vou morrer e não vou ver uma obra do Green no cinema, viu D; Meu dream cast é: Saoirse Ronan (Hanna) como Margo e eu acho que pensei num Q na época, mas esqueci 🙁
Se você está procurando uma leitura tranquila, Paper Towns é pra você e eu recomendo!
Até a próxima.
Título: Paper Towns
Autor: John Green
Número de Páginas: 305 (encadernado) | 305 (brochura – da foto)
Edição: 1ª – 2006 | 2008
Editora: Penguin USA
Preço (Livraria Cultura): R$47,00 | R$26,10
Classificação: (com dor no coração)
9 Comments
Bruno M.
03/01/2012 at 12:12 amOlha, basicamente o livro não é tão bom mas você não quis dizer diretamente porque ama o autor, né? kkkk Mas não se preocupe que eu continuo com muita vontade de ler os livros do autor! haha Beijos,
@minha_estante – Minha Estante
Byzinha
03/01/2012 at 11:08 amNão. Basicamente o livro é bom, mas eu não gostei tanto quanto os outros. É um livro muito inteligente, talvez o mais inteligente de todos os livros solo do Green, só que – para mim – não foi tão empolgante, só foi uma leitura divertida.
Ana Ferreira
04/01/2012 at 2:45 amAcho que é a segunda resenha sua que leio por aqui de um livro do John Green e, acredite, eu fiquei louca atrás do único livro dele lançado no Brasil com tantos elogios e essas quotes fantásticas. Só ouço falarem bem a respeito de “Quem é você, Alasca?” e tudo me leva a crer que um bom autor, sempre um bom autor, então a coisa deve, basicamente, se repetir.
Ainda que você não tenha passado tanta empolgação quanto com “Katherines”, o sentimento em relação a John Green é permanente e eu preciso verificar isso logo, hmmm /smile
Até parei para refletir sobre o futuro… Aliás, isso foi tão verdadeiro heiuehieh
Beijinhos,
Ana – Na Parede do Quarto
Byzinha
04/01/2012 at 11:19 amEu resenhei Alasca também, você viu? Cara, Alasca é um MUST-READ-IMMEDIATELY, sério. Fantástico. John Green é meu autor preferido no momento. É triste que eu não tenha gostado de Towns com o mesmo ardor (?) dos outros 4 dele que eu li 🙁 Mas é um livro bom, eu acho que as pessoas devem entender isso. Ganhou prêmios e tudo mais, merece ser lido com carinho. É leve e divertido.
Karine Marinho
04/01/2012 at 11:08 amAté agora não estou convencida em ler John Green, por mais que elogiem e tudo mais, os livros dele não me chamam super atenção. :/ Mas ainda dou uma oportunidade pelo menos ao que tem traduzido 🙂
Aqui, como eu faço para colocar aquele plugin do facebook no blog?
Beijos,K.
Girl Spoiled
Byzinha
04/01/2012 at 11:29 amMANO! MANO! Como assim???? Na moral, John Green é um dos melhores autores da década! Green. Levithan, Roth, Collins, Rowling. Os 5 deuses autores do século XXI. Looking For Alaska – o único livro que veio para o Brasil – é FABULOSOSO. GENIAL. MARAVILINDO. Katherines é de uma sacada muito boa! Towns é leve e inteligente! Zombicorns é inusitado e engraçadíssimo e Will Grayson! OMG, Will Grayson é um dos melhores livros EVER. Sério!
Menina, para de esperar, encara logo. Quem É Você, Alasca? tem uma diagramação linda, não é dinheiro perdido não.
É claro que, se você for uma pessoa que prefere literatura fantasiosa, ler histórias de “gente comum” pode parecer esquisito, mas é tão bom… Sério, não ignore esses autores maravilhosos.
Who's thanny? » Blog Archive » The Fault in Our Stars, John Green
15/02/2012 at 5:31 pm[…] no Who’s Thanny também as resenhas de Quem É Você, Alasca?, An Abundance of Katherines e Paper Towns), lançado em janeiro desse ano. Ele veio depois de muita expectativa e vou contar para vocês: […]
Who's thanny? » Arquivo Confira o poster de Paper Towns - Who's Thanny?
12/03/2015 at 9:24 am[…] manhã o primeiro poster oficial de Paper Towns, adaptação do livro Cidades de Papel (review aqui), publicado pela Intrínseca no […]
Cidades de Papel (2015)
06/07/2015 at 1:38 pm[…] dependesse de mim uma adaptação de Cidades de Papel seria a última coisa a acontecer, porque o livro inteiro foi meio meh para mim. Até hoje estou tentando entender porque resolveram adaptá-lo antes de Quem é Você, Alaska?, […]