Erro.
Porque, regra nove: não corra de cabeça em direção a Jack Reacher.
Pelo menos não quando ele estiver esperando por isso. É como correr em direção a um carvalho.
É como se, sem eu perceber, uma música de Lionel Richie começasse a tocar enquanto Lee Child entra na minha vida. “Hello, is it me you’re looking for?“, ele pergunta. E eu assinto, chorando sangue com um livro tão sensacional em minhas mãos. Tão sensacional que rendeu minha primeira resenha 5 estrelas (ouvi um amém?). Céus, como é que eu nunca tinha lido isso antes?????
Por volta das 5 da tarde numa pacata cidade de Indiana, seis tiros rompem o silêncio. Cinco pessoas inocentes são assassinadas, mas o franco-atirador erra um tiro. Tiro que, somado com as outras provas, não deixam dúvidas de que o culpado é James Barr. Barr, porém, nega ser o responsável. Se recusando a responder as perguntas, tudo o que o homem diz é “Ache Jack Reacher para mim”. Quem seria Reacher e que conexão teria ele com James?
Lee Child deveria fazer escola porque ele é simplesmente incrível. Desde a primeira página o homem te prende de tal forma que você não consegue parar de ler, mas também não quer que acabe. A cidade e as vidas ali descritas tornam difícil evitar de, vez ou outra, ser negligente e parar de fazer algo só para passar mais tempo em contato com eles. É envolvente, delicioso e rápido, mesmo que sua narrativa seja em terceira pessoa e passeie pelas mentes dos personagens. O cara praticamente samba na cara de quem não esperava muito de sua obra.
Muito feminina, exceto pelo fato de ser mulher num universo masculino, e podia-se ver o aço se se soubesse onde procurar. Nos seus olhos. Corriam como um letreiro luminoso, quente, quente, bem-vindo, bem-vindo, com um brilho periódico: Tente alguma coisa comigo que eu arranco os seus pulmões.
É claro que meu interesse por O Último Tiro veio por causa do filme estrelado por meu novo amor Tom Cruise. Assisti o longa-metragem antes de ler o livro, e adorei ambos; inclusive, depois da leitura passei a considerar Jack Reacher – O Último Tiro uma boa adaptação, e gostei ainda mais do filme. Tom fez bonito na pele do personagem principal, mas isso é assunto pra outro post (AGUARDEMMMMMMMM). E, olha, eu definitivamente estou passando a matar quem fala “Leia o livro antes do filme!!!!111”, porque isso é MUITO errado. O livro é melhor neste caso, admito, mas não é regra. Então bora assistir o longa-metragem antes pra poder vê-lo como FILME e não apenas como adaptação? Estarei eternamente agradecida.
Não há do que reclamar dos personagens aqui, já que eles são cheios de personalidade e identidade própria. Reacher é, sem dúvida, um dos melhores protagonistas que vi na vida, e sua inteligência parece não ter limites. Suas respostas sarcásticas e suas experiências o tornam excepcional, e o acesso que o leitor tem aos seus pensamentos tornam fácil ter admiração ou até identificação com o personagem. Helen Rodin, Ann Yanni e Eileen Hutton são grandes mulheres, e Gunny Cash é muito daora (e ficou BEM fiel no filme). Os vilões foram bem construídos e seus motivos são até que diferentes do usual sem realmente ser. Tudo flui bem com a trama bem desenvolvida, e as reviravoltas são inesperadas.
O triste da parada é que o livro tem vários erros, tanto de pontuação quanto de digitação. Além disso, a capa, apesar de ser extrememente linda (diferente de todo mundo, eu gosto quando colocam o pôster do filme no livro, e, HEY, não tem como errar colocando Tom Cruise na reta) é soft touch, e a pessoa que vos fala tem um certo ódio por este tipo. A diagramação é muito bacana, porém.
A vida dele era assim. Um mosaico de fragmentos. Detalhes e contextos desapareciam e eram relembrados sem muita nitidez, mas os sentimentos e as experiências se costuravam numa colcha de retalhos repleta de bons e maus momentos.
Então, sim, LEIAM O ÚLTIMO TIRO! Se tornou um dos meus favoritos e já estou correndo pra ler outros livros do autor, tantos os que a Bertrand Brasil trouxe para cá quanto os outros (e olha que tem uns 20 livros estrelados por Jack Reacher). E estou macumbando pra que Lee me ensine a escrever tão lindamente porque a vida não está fácil. Pois é.
INFORMAÇÕES
Título: O Último Tiro
Autor: Lee Child
Tradução: Leo Oliveira
Número de Páginas: 406
Edição: 1ª – 2012
Editora: Bertrand Brasil
Preço: R$41,60
Classificação:
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1 Comment
Fábrica dos convites
19/04/2013 at 10:31 amEstou louca para ler, mas tem tanto livro na frente….
Bjs, Rose.