Você já se sentiu velho de mais pra algo? E não, isso não tem a ver com a protagonista do livro. ‘Guenta aí que eu já explico.
Na estrada Jellicoe é um livro que estava na minha lista de leituras há muitos anos. E quando eu digo muitos anos quero dizer muitos anos mesmo, pelo menos uns 7. Por ser um livro australiano, eu tive uma dificuldade muito grande de conseguir comprar o original, e quando a Cia. anunciou que finalmente tinha conseguido trazer o livro pro Brasil, eu pulei de alegria. E acreditem em mim, eu fiquei atormentando a Thanny – que é nosso contato com a Cia. – desde esse anúncio pedindo dibs assim que liberarem e o livro chegou pra mim tipo ERAS atrás, mas eu tive uns ~pobreminha~ aí chamado: não consigo ler nem frasco de shampoo no banho e acabou que eu fiquei quase um ano inteiro não lendo mais do que quadrinhos e fanfic.
Por causa disso, e porque o primeiro terço do livro é uma confusão que você não tem certeza se vai ser resolvida, levou um tempo para eu engrenar na história de Taylor, a líder de fronteiras da Escola Jellicoe, Griggs, o líder dos cadetes, Santangelo, líder dos citadinos, e Hannah, a escritora solitária que encontrou Taylor anos atrás num posto de gás da estrada Jellicoe. E, pra dizer a verdade, a intercalação com o manuscrito de Hannah – que contava a história de 5 amigos que o destino uniu na mesma estrada Jellicoe 18 anos atrás – não estava ajudando muito a entender o objetivo de tudo aquilo.
Foi graças a um dia inteiro sem energia elétrica 10 meses depois de o livro chegar em minha casa que finalmente consegui passar daquele primeiro terço caótico e ver as peças começarem a se encaixar. E depois disso, bastaram algumas horas pra eu chegar ao final obviamente aos prantos.
It’s funny how you can forget everything except people loving you. Maybe that’s why humans find it so hard getting over love affairs. It’s not the pain they’re getting over, it’s the love.
Na estrada Jellicoe é um quebra-cabeças atrelado à memória de Taylor e ao manuscrito de Hannah. É sobre como aqueles adolescentes de agora tinham tanto a ver com os adolescentes de 18 anos atrás, e como as vidas deles estavam mais que intrinsecamente conectadas, até mesmo com os pais de Santangelo, o ermitão que virou a vida de Taylor de ponta cabeça e o Brigadeiro, que tinham algo a acrescentar na jornada da protagonista.
Se eu for honesta, quando volto a pensar na história, ela ainda me faz chorar, mas enquanto eu lia, não conseguia deixar de pensar que eu provavelmente estaria gostando muito mais se tivesse lido 7 anos atrás, quando descobri sobre ela. Ou se ela tivesse chegado às minhas mãos em 2006, seu ano de publicação na Australia, o ano em que eu tinha a mesma idade dos protagonistas. E embora esse seja um livro com uma história que obviamente toca quem lê do jeito certo, não consigo deixar de lado a ideia de que esse também é um livro que deve ser lido na época certa para cada um. No meu caso, agora ele já tinha passado da hora. Mas eu amei mesmo assim, mesmo estando velha de mais pra ele.
E recomendo.
It happened on the Jellicoe Road. The prettiest road I’d ever seen, where trees made breezy canopies like a tunnel to Shangri-La. We were going to the ocean, hundreds of miles away, because I wanted to see the ocean and my father said that it was about time the four of us made that journey. I remember asking, ‘What’s the difference between a trip and a journey?’ and my father said, ‘Narnie, my love, when we get there, you’ll understand,’ and that was the last thing he ever said.
informações
Cortesia da editora para resenha
Título: Na estrada Jellicoe
Autor: Melina Marchetta
Tradução: Guilherme Miranda
Número de Páginas: 296
Edição: 1ª edição/2016
ISBN: 9788555340017
Editora: Seguinte
Preço: R$39,90
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