My Mad Fat Diary

Eu não estava procurando mais uma série para assistir, mas não se fala de outra coisa no Twitter e Facebook e só porque confio muito no gosto das pessoas que recomendaram “My Mad Fat Diary” resolvi ver se era bom mesmo e OH.MY.GOD!

Adaptada da obra biográfica de Rae Earl, por Tom Bidwell, a série faz o telespectador acompanhar a vida de uma jovem obesa de 16 anos, interpretada por Sharon Rooney, que após passar quatro meses em um hospital psiquiátrico, está finalmente livre para retornar para casa com sua mãe, apesar de não ter certeza se está pronta para enfrentar o mundo. Ela não tem amigos, durante todo esse tempo se apoiou em Tix (Darren Evans). O que ela iria fazer? E se tivesse outra crise?

Mas em Lincolnshire, lugar onde jamais existiu gente legal,  Rae se surpreende ao ser apresentada ao novo grupo de amigos de Chloe (Jodie Comer), que costumava ser sua melhor amiga antes dela ficar louca e se cortar. É  seguinte, Archie (Dan Cohen), Finn (Nico Mirallegro), Chop (Jordan Murphy) e Izzy (Ciara Baxendale) vão fazer você querer entrar dentro da série para poder ser do grupinho deles. Eles são lindos, divertidos e engraçados, mas além de tudo, são amigos de verdade. Se Rae souber agir como uma pessoa normal, ela terá uma chance de ser amiga deles… e é claro que ela consegue, porque cá entre nós, a Rae é awesome, não importam o que digam o façam.

A escolha do elenco não poderia ter sido melhor. Sharon Rooney é simplesmente fantástica em sua atuação, seu personagem não é caricato. Em meio à insegurança de Rae, vemos uma garota com personalidade forte, que faz piada sobre tudo, mas que é feliz e triste ao mesmo tempo. Por ainda não estar curada, ela  precisa  se medicar e ir à terapia, e é ali, na salinha do Dr. Kester (Ian Hart), que conhecemos o seu verdadeiro eu. Uma garota que sofre porque não é gostosa como as outras, que cresceu sem pai, que não consegue ficar com o garoto que gosta, que sente um vazio tão grande que precisa comer para se ocupar.

My Mad Fat Diary faz uma mistura desse drama, com o humor da própria Rae ao narrar os acontecimentos diários. Não tem como não amá-la, a garota é simplesmente foda. Não vou dizer que é a primeira vez que uma protagonista gordinha conquista o público, mas Rae é a personificação da maioria das adolescentes que conheço, eu inclusive. Rola uma identificação instantânea. E pra completar, ainda tem dois caras para nos fazer apaixonar.

A história se passa na década de 90, e fora as roupas da época, a coisa mais marcante é a trilha sonora maravilhosa (hello, a banda preferida da Rae é Oasis!). Assuntos que seriam tratados como tabu, são abordados de um modo descontraído, e a série ganha meu respeito por arriscar e apresentar personagens que possuem problemas reais. Doenças, transtornos, distúrbios. Além de tudo o que já sãos obrigados a passar na adolescência.

Por esse motivo, não posso deixar de citar a super fofa, meiga e linda Tix, que me lembrou muito a Hazel (de A Culpa é das Estrelas). Ela sofre de anorexia, não come nada, mas insiste em contar as calorias dos alimentos e pensar em forma de perdê-las. Eu pensava que seu personagem não seria muito explorado, já que Rae sai do hospital, mas temos até mesmo um episódio sobre ela. E isso vale para os outros personagens, apesar de nem todos terem um maior aprofundamento, nós chegamos a conhecer um pouco de cada um deles.

Essa poderia ser apenas mais uma série, mas acabou se tornando uma das melhores coisas da televisão. E obrigada ao canal E4, que já confirmou a produção de mais seis episódios para a segunda temporada, que provavelmente irá estrear no início de 2014. Se eu fosse você, e ainda não tivesse assistido, eu corria para fazer uma maratona no domingo e ser feliz (e depois chorar com tanta perfeição, principalmente com o final, porque né…).