Nós explicamos aqui o que era essa tal de Fanfic. Vocês também viram aqui, que com um pouquinho de fé e coragem (e muito trabalho árduo), uma fanfiction pode sim, senhor, sair do papel e passear nas livrarias, estando disponível para todos os tipos de público. O que vocês ainda não viram, foi o ponto de vista de alguém começou assim: como escritora de fanfic.
Conseguimos uma entrevista super legal com a fofa Mariana Pereira, autora de Ao Meu ídolo, com Amor… que está sendo relançado pela editora Dracaena (agora com uma capa nova e super linda e e e que será traduzido para o inglês! Sucesso internacional legen- wait for it- dary!)
Como você conheceu o mundo das fanfics? Lembra-se da primeira fic que leu?
Conheci graças a uma amiga, que lia e começou a falar muito de Sábado à Noite, da Babi Dewet. Acabei pedindo para ler e me apaixonei por esse gênero tão diferente, mas tão pessoal.
Por que você começou a escrever esse tipo de história? Qual foi sua maior influência?
Tenho uma imaginação muito fértil e crio histórias com facilidade. Da noite pro dia, criei um roteiro de um clipe para a música Falling in Love, do McFLY, e queria dividir isso com as pessoas. Acabei criando a fanfic só para divulgar a minha ideia.
Quais são os pontos positivos e negativos de escrever fanfic?
Positivos eu acho que é o fato de qualquer um poder escrever. Você só precisa de tempo, uma boa história e um computador. Espaço na internet tem de monte e gente querendo ler também. O negativo é que, infelizmente, ainda é um gênero pouco conhecido – e reconhecido!
Quando você percebeu que chegou a hora de sair da informalidade e transformar sua história em um livro?
Meu livro não começou como uma fanfic, mas foi graças à minha primeira fic publicada que eu resolvi escrever mesmo. Depois de ler os elogios e de gente me pedindo mais capítulos todos os dias, pensei “bom, acho que posso escrever algo mais sério, né?”. Pretendo retomar as fanfics, mas ainda preciso arranjar tempo.
O que você acha de cada vez mais livros que começaram como fanfic serem publicados? Existe preconceito por parte dos leitores?
Eu acho que o preconceito não existe porque ninguém sabe direito o que é uma fanfic. Mas ele nem deve existir, porque fanfic ou não, saiu da cabeça de um possível escritor e merece respeito. Acho bem bacana esse espaço que os autores de fanfic estão ganhando, principalmente como forma de reconhecimento pelo trabalho.
A narrativa das fanfics tem uma característica muito forte, que é a grande quantidade de diálogos. Você já recebeu alguma crítica negativa por causa disso?
Não. Talvez porque eu me incomode quando só tem diálogos e goste de colocar um pouco de descrição no meio da história. Mas realmente, algumas mais parecem scripts de cinema, com nenhuma descrição e diálogos até não poder mais.
Você consegue ver alguma evolução na escrita dos jovens por influência das fanfics? E se o gosto para a leitura atual aumentou por causa dessas histórias?
Qualquer tipo de leitura, quando feita com vontade, é válida. Ler um gibi é melhor do que não ler nada e se a fanfic tem influenciado, fico muito feliz, tanto como autora, quanto como leitora. Ainda tem muita gente escrevendo “sem saber escrever”, então acho interessante os autores conversarem com seus revisores (se tiver) e entender os pontos que devem ser mudados. Aprender nunca é demais.
Para quem está começando a escrever agora, quais dicas você dá?
Vai na fé. Não se acanhe com possíveis “nãos” ou sucessos que vieram antes de você. A sua história pode não ser interessante para uma pessoa, mas pode ser a melhor coisa do mundo para outra.
Qual a maior dificuldade para publicar um livro por uma editora? Por onde a gente deve começar?
Devemos começar rezando, porque não é nada fácil encarar a concorrência internacional. O mercado editorial brasileiro é, infelizmente, muito fechado para obras feitas aqui, no nosso próprio país. Uma boa pesquisa e muita cara de pau é um novo autor mais precisa. E, novamente, não recuar se receber um “não”. J.K. Rowling recebeu vários antes de publicar Harry Potter e ser o fenômeno literário que é hoje.
Você ainda tem o costume de ler fanfiction? Recomenda alguma para os nossos leitores?
Costume eu tenho, só não tenho mais tempo, rs. Acho que seria injusto citar uma só, então só recomendo que leiam muito, o máximo que puderem. A gente aprende bastante lendo.
E aí, o que acharam?
Mariana Pereira tem 23 anos é jornalista, escritora, fotógrafa e wedding planner. Pisciana com orgulho, representante convicta da geração Y, adora música, teatro, cinema, dançar, cantar, conversar e rir. Devoradora de livros, viciada em redes sociais, detesta calor e adora um bom e frio inverno! Autora do livro Ao Meu Ídolo, com Amor… que está sendo relançado pela editora Dracaena.
Confira o site oficial da Mari! Lá você tem um link direto onde pode ler os dois primeiros capítulos de seu livro!
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