Literatura

Just One Day (Just One Day #1), Gayle Forman

JOD

“Part of me knows one more day won’t do anything except postpone the heartbreak. But another part of me believes differently. We are born in one day. We die in one day. We can change in one day. And we can fall in love in one day. Anything can happen in just one day.”

Havia três movidos que me fizeram pré-julgar, erroneamente, este livro. Um era a capa bonitinha. “Mas isso geralmente é uma coisa boa”, você vai me dizer. É. Mas convenhamos que quando a capa é bonitinha demais ficamos com um pé atrás. Ou porque a história será muito água-com-açúcar ou porque te fará sofrer e chorar litros. A delicadeza, dessa vez, não foi um pró pra mim. Motivo número dois: o alarde que fizeram nas redes sociais gringas quando ele foi lançado. Por ele já não ter me chamado atenção, acabei criando certa antipatia por tudo que relacionava a ele devido a esse fuzuê. Antipatia criada, podemos ir ao número três: o livro se passa em Paris. E eu detesto Paris.

Por que diabos então você o leu? Bom, sabe quando você é pego em uma dessas promoções da vida e precisa comentar em outros posts pra preencher o maldito rafflecooper? Então, meu caso. E um desses posts era de uma resenha (gringa também) desse livro. Esse foi o primeiro tapa na cara que levei.

Gayle Forman é conhecida aqui no Brasil por ter publicado IF I Stay (Se Eu Ficar, que saiu pela Rocco e foi esquecido pelo marketing da empresa). Eu não tinha lido nenhuma obra dessa autora, mas sabia que ela gostava de escrever livros que despedaçam seu coração (o que reforçou meu motivo número um); depois que li a tal resenha-tapa-na-cara, resolvi arriscar e fiz meu pedido no Book Depository já que, né, não custava nada (mentira, custou nove dólares que super valeram a pena). Não custava nada começar a ler. Esse foi o tapa na cara número dois.

“Sometimes the best way to find out what you’re supposed to do is by doing the thing you’re not supposed to do.”

A história é sobre Allyson. Ela é uma jovem americana que está com tudo certo para fazer medicina em uma faculdade de prestígio. Esse era o plano, desde criança: ela devia tirar notas boas, fazer as extensões certas no colegial, terminar a graduação em medicina e passar os próximos cinco anos terminando a residência em um hospital de renome, de um conhecido de seu pai. Bom, esse era o plano.

Só que se esqueceram de perguntar a própria Allyson qual era do plano dela. E é aí que a viagem a Paris entra. Ela sempre quis conhecer Paris. Ou a França. Ou respirar qualquer coisa que fizesse parte dessa atmosfera – por exemplo, as aulas de francês no colégio. O único problema é que esse não era o mesmo desejo de sua mãe, que a incentivou a tomar classes de mandarim, a língua do novo mundo. A viagem para esse lugar mágico na Europa era seu refúgio da vida planejada que ela não queria ter, apesar de não admitir, nem para si mesma, isso. Ela vê na oportunidade de mochilar na Europa a chance de realizar esse sonho. O único problema é: por conta do mau tempo, a passagem do grupo pela Cidade Luz é cancelada. O que ela faria agora já que sua única chance havia se destroçado?

Ela é conhecida por ser uma boa menina, e essa referência a corrói por dentro, pois, afinal, ela não é uma boa menina. E o terceiro tapa na cara veio aqui. Pois, apesar de ser mais velha que a personagem, eu consegui me relacionar completamente com ela. Consegui ver e sentir as coisas pelas quais ela estava passando. Eu não tive pais planejando o meu futuro mas eu tive sim a vontade de me rebelar contra o mundo por não ser só o que as pessoas enxergam.

É aqui que conhecemos Willem. Oh, é lógico que haveria um rapaz. Mas não se engane. Eu disse que esse livro é repleto de tapas na cara, então não espere um romance bonitinho. Willem De Ruiter é um rapaz que representa tudo o que Allyson não é: ele é livre. Foi criado nas ruas. Não literalmente, mas vive viajando de país em país colecionando experiências, trabalhando em peças de rua que garantirão o almoço da semana. E ele está muito bem com isso. Ele não procura realmente conhecer as pessoas, do mesmo modo que não as deixa chegar perto de seu verdadeiro eu. O que importa é o momento e a pessoa com quem você o divide.

“You have to fall in love to be in love, but falling in love isn’t the same as being in love”

É assim que se Allyson e ele se esbarram: em uma peça de Shakespeare, nas ruas de Londres. Willem apelida Allyson de Lulu e deixa implicitamente claro que não se importa com seu passado e sim com o que podem transmitir um ao outro. E, em um momento de pura loucura, ele a convida a passar um dia, somente um dia, na famosa Paris. Allyson decide aceitar essa chance que o destino lhe deu e ser Lulu, mesmo que por um dia, já que, afinal, ela pode ser quem ela quiser.

“It’s funny the things you think you’re scared of until they’re upon you, and then you’re not.”

Ao contrário do que o livro dá a entender, a história toda não se passa em um dia. Ele mostra também as conseqüências da viagem de Allyson à Paris (o quarto, quinto e sexto tapas na cara estão aqui) e a busca incessante pela identidade própria.

“C’est courageux d’aller dans l’inconnu’: It is courageous to go into territory unknown.”

O livro é delicioso. E esse é meu tapa na cara final. Viu? Ninguém mandou pré-julgar. E é aqui em que lhe incentivo a ler. Não vou lhe contar mais nada. Não vou falar sobre Dee, sobre as lindas referências à Shakespeare, nem sobre o modo como conseguimos viajar junto com Lulu e Willem por Paris. Pois esse tapa na cara… Cara, vale muito a pena.

Os direitos do livro foram comprados pela Novo Conceito, então, aguardem o lançamento. E lá fora, está sendo relançado com uma capa que é absurdamente linda e tem tudo a ver com a história!

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Olha só a preciosidade que é essa capa! #chatiada
E calma, vai ter continuação, porque o cliffhanger no final é… simples assim: um tapão na cara.

informações

 

Título: Just One Day
Autor: Gayle Forman
Número de Páginas: 368
Edição: 1ª – 2013
Editora/Selo: Dutton Juvenile
Preço: $10.34
Classificação: ★★★★½

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9 Comments

  • Reply
    thanny
    21/05/2013 at 10:06 pm

    QUE CAPA LINDA! Pela resenha, esse é o tipo de livro que despedaça meu coração… e eu gosto de Paris, gosto de viajar com os personagens e você me convenceu a ler, porque sou masoquista e gosto de levar tapas -n HAHAHAHHA

  • Reply
    Mateus Bandeira
    21/05/2013 at 10:33 pm

    Sabe que eu tinha um certo preconceito com esse livro? Sei lá, só não fiquei vidrado nele (e olha que eu sou obcecado por young adult contemporâneo, principalmente nesse estilo). Mas aí é que está: eu nunca nem procurei saber sobre a história. E agora que sei, só posso dizer que estou surpreso. Eu amo livros que te surpreendem, e já fui surpreendido por saber que esse livro é do jeito que eu gosto. Com viagens, mudanças de vida e mentalidade no personagem principal, e é bem isso mesmo. Já até adicionei ele ao meu Goodreads pra procurar depois. Com certeza vou estar conferindo.

    Excelente resenha!

  • Reply
    Patricia Lima
    22/05/2013 at 12:42 am

    OK, você me fez sair do celular e vir pra o computador comentar essa sua resenha haha. Já conhecia o livro, mas como você mesmo disse, eu li Se Eu Ficar dela, e pensei que esse seria mais outro livro pra me debulhar em lágrimas.
    Pelo que você falou ele é totalmente diferente do que eu esperava(uma coisa boa), e agora estou beeeem ansiosa pra lê-lo, até porque eu quero conhecer melhor a Allyson e o Willem /blink
    Uma coisa que eu fiquei curiosa, qual foi a resenha que você leu que te deu um tapa na cara? haha.

    Bjs!

  • Reply
    Camila
    22/05/2013 at 2:00 am

    A dica é boa, e o livro tá na lista…mas como deixar passar a melhor dica de todas?! O site Book Depository não cobra frete! Isso sim é uma super dica!

  • Reply
    Camila
    22/05/2013 at 11:31 am

    O que não posso deixar de dizer é ” Ai meu Deus!!! como você não gosta de Paris?? /omg
    Tirando o surto, eu simplesmente preciso ler esse livro!! sério, você acionou algum tipo de urgência por ele, mesmo essa sendo a minha primeira apresentação a Just One Day. Meu inglês não é muito bom, já tentei ler alguns livros e falhei miseravelmente /cry por que demoro muito (mas muito mesmo) para ler e acabo perdendo a paciência, mas continuo tentando e cursando inglês, logo vou esperar para ver o que acontece primeiro: eu conseguir terminar um livro em inglês ou a Novo Conceito lançar em português, mas definitivamente vou comprar esse livro!!!

  • Reply
    Isabella Pina
    22/05/2013 at 9:52 pm

    Gente, essas duas capas são lindas! É raro eu gostar da capa relançada, mas nesse caso, achei que ficou ainda mais bonita.
    Eu também já conhecia o livro, mas achava que a história seria bobinha, nem sequer pensei em ler a sinopse, a capa também não me atraiu e… Well, não sei por que, mas tenho uma cisma com Gayle Forman que nem eu mesma entendo (acho que uma vez vi uma opinião tão negativa sobre Se eu Ficar que fiquei traumatizada).
    Mas, AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. Posso já entrar no BD e encomendar esse livro? Porque parece a coisa mais legal do mundo. Eu adoro livros com viagens, adoro Paris e sinto que a Allyson é uma ótima protagonista e que me identificarei com ela <3.
    Resumindo, você é a responsável por eu ter mais um livro na minha lista de desejados pra caramba. Obrigada! HAHAHA
    E amei os quotes, que coisa fofa <3.
    Beijos!
    Isa.

  • Reply
    Mariana Marins
    24/05/2013 at 9:33 pm

    Ao contrário de você, eu amo Paris e já tive a chance do conhecê-la e realmente, é a melhor cidade que eu já visitei. Então, se um livro tiver alguma coisa que lembre a cidade, já é meio caminho andado pra mim. A história parece ser mágica, me deixou muuuuuito ansiosa pra ler. E estou pronta pra ser estapeada! hahaha

  • Reply
    Who's thanny? » Arquivo » Just One Year (Just One Day #2), Gayle Forman
    31/03/2014 at 2:11 pm

    […] livro é um companion de Just One Day. Sugiro a você conferir nossa crítica antes ler […]

  • Reply
    Carla
    14/10/2014 at 2:50 am

    Curti sua resenha, me lembrou de que eu preciso ler esse livro, pq confesso pra ti inclusive que tb tenho adiado ele. Desde o lançamento que ele está na lista de “quem sabe um dia”. Mas o dia nunca chega. Parece uma história de auto conhecimento.
    Mas pra te ser sincera, a capa da versão original eu achei feia. Gostei da 2ª, mas a 1ª não… Não gosta de Paris? Como assim!? HAHAHAHA
    Bjos!

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