Não vamos medir as palavras aqui. Estamos falando de sexo. De foder. E todo mundo faz isso. Seja num local público ou privado. Mais vezes ou menos vezes. Careta ou ousado. Solo, em pares ou em grupos. Com o mesmo sexo ou com o oposto. E, na prática, geralmente fazem uma combinação de vários ou todas as opções citadas. Nossa sexualidade é tão complexa quanto nossa personalidade, talvez até mais, porque envolve nossos corpos, não só nossas mentes.
Um daqueles estranhos casos em que você não sabe dizer ao certo se gostou do negócio ou não.
Catherine é uma estudante de cinema que namora o sempre muito ocupado Jack. Pois a dedicação de Jack aos estudos e à campanha de Bob Deville está acabando com a moça, que sente falta dos carinhos e do sexo com o amado. Então Anna aparece com outro mundo de prazeres – muitos deles dolorosos -, chocando Catherine ao mesmo tempo em que a intriga.
Cara, que livro estranho. Não que eu tivesse grandes expectativas para um livro ~erótico~, mas esperava algo melhor vindo de Sasha Grey, que tem opiniões interessantíssimas sobre sexualidade. Tais pensamentos se encontram em Juliette Society, principalmente na forma da protagonista que se redescobre ao longo da trama, porém a própria história parece não se entender – a autora tentou colocar tanta coisa na narrativa que no fim vira uma bagunça.
Não é justo comparar a estreia de Sasha no mundo literário com 50 Tons, sendo que as cenas de sexo do primeiro são bem escritas. Todavia, Juliette Society, pra mim, não conseguiu ser sexy. A maioria das passagens picantes é apática e as poucas que se destacam são da imaginação de Catherine. Boa parte do que li me pareceu tão vazio e forçado que lá pra metade fiquei implorando pra que uma reviravolta gigantesca acontecesse para fazer valer a pena. E quando ela veio, fiquei com um “?????” tão enorme na testa que não soube o que pensar do livro inteiro. E continuo dessa forma, inclusive.
Sento no cinema do campus e não estou sozinha, mas quando as luzes se apagam e a escuridão me envolve, é como se estivesse. É assim que gosto de experimentar filmes. Em uma sala de cinema, no escuro, como uma comunhão entre mim e a tela. Algo que se aproxime da contemplação silenciosa de uma incrível pintura que te deixa sem palavras.
Eu sento para assistir um filme desejando fugir da realidade num voo para outro mundo. Eu espero, no mínimo, ser entretida, talvez encantada, até chocada. A última coisa que quero é me ver na tela.
Entretanto, não foi uma leitura de todo desagradável apesar da narrativa que não me prendia. A quantidade de referências cinematográficas é enorme, tanto em menções quanto em cenas mesmo, e a forma com que Catherine acaba se identificando com situações e personagens de filmes é muito bacana, principalmente pra quem também adora a sétima arte. Além disso, a curiosidade de saber qual é a relevância da tal sociedade te mantém lendo até descobrir, e tem frases super interessantes também.
No final das contas, se alguém me perguntar se gostei de Juliette Society, tudo o que terei a dizer é: não sei. Não me importei com os personagens, fiquei apática na maior parte, tive nojinho, me senti até puritana demais e etc. Ainda assim não posso dizer que desgostei. Talvez porque seja uma daquelas narrativas que só funcionam bem em inglês, talvez eu adorasse caso tivesse lido em outro momento da minha vida. Só não sei. Mas se você queria ler o livro antes, digo pra ir em frente e tirar suas próprias conclusões porque o máximo que posso dizer é: cara, esse livro é estranho. Não necessariamente bom, não necessariamente ruim. Estranho.
Mas, olha, pra um primeiro livro, Sasha até que se saiu bem. Aguardo pelos próximos trabalhos literários da moça, sem dúvidas.
Príncipe encantado. O homem perfeito. O boneco Ken. O espécime perfeito. O Solteirão. O marido ideal. Porque esses caras, os incrivelmente bonitos, os charmosos, os que viram seu mundo de cabeça para baixo, os que parecem bons demais para ser verdade, bem, eles costumam ser bons demais para ser verdade. É uma palavra para conquistador, uma descrição mais apropriada.
Sociopata.
informações
Título: Juliette Society
Autor: Sasha Grey
Número de Páginas: 236
Edição: 1ª – 2013
Editora: Quinta Essência
Preço: R$27,90
Classificação:
5 Comments
Junior Gomes
06/02/2018 at 6:29 pmEu li esse livro e acho que não era exatamente o que eu esperava. Você termina sem terminar..porque é um mundo diferente a cabeça dela
A mente dela é maluca, ela pensa e como pensa …, almeja, deseja, tudo. Ela tenta o tempo todo justificar o fato dela querer ser uma alma live… o namorado dela? Talvéz eu tenha sido um pouco preconceituoso…
Sam
08/02/2018 at 1:38 pmhahaha é uma leitura bem estranha mesmo, até eu que ESPERAVA estranhar acabei confusa no final das contas. Mas achei a experiência válida, é legal abrir a mente pra um tipo de coisa que você não está acostumado a ler.
Obrigada pelo comentário, Junior!
cris silva
25/10/2018 at 12:42 pmToda leitura é uma fonte de conhecimento, investir em conhecimento é sinal de sabedoria. Não perca tempo , seja sábio, leia muito. kkkkk
William Oliveira
23/01/2019 at 10:19 amMuito bom o livro.
Taitson Oliveira
07/08/2019 at 1:55 pmEu li esse livro e achei um pouco confuso,mas gostei bastante.