Desde que assisti ao filme O Sistema, sou completa e irrevogavelmente apaixonada pela Brit Marling. Então, quando li a sinopse de I Origins, seu mais novo projeto com Michael Pitt e Astrid Bergès-Frisbey, conclui que eu realmente estava em um caminho sem volta: dali pra frente eram só lágrimas.
O filme dirigido e escrito por Mike Cahill (Another Earth) acompanha Ian, um jovem cientista que desde sua graduação se dedicou a refutar as premissas criacionistas, a negar a própria existência de Deus ou de qualquer outra existência divina acima de nós. Suas crenças são, então, confrontadas quando se apaixona por Sofi, uma garota um tanto misteriosa e extremamente conectada ao mundo espiritual. O amor tão doce e arrebatador dos dois acaba por superar tamanhas barreiras e, honestamente, eu chorava e chorava querendo um relacionamento como o dos dois.
Até que uma tragédia acontece e o mundo inteiro de Ian se perde.
“Yeah. You know how? When the big bang happened, all the atoms in the universe, they were all smashed together into one little dot that exploded outward. So my atoms and your atoms were certainly together then, and, who knows, probably smashed together several times in the last 13.7 billion years. So my atoms have known your atoms and they’ve always known your atoms. My atoms have always loved your atoms.”
Quando o filho de Ian nasce, dez anos depois de conhecer Sofi, ele é mais uma vez confrontado por aquilo que sempre negou existir. Os padrões das íris de seu filho são confundidas com os de um homem que faleceu recentemente e, quando mais e mais provas são acumuladas, fica claro para Ian e Karen, sua parceira de laboratório e de vida, que o que estão para descobrir realmente mudará toda a dinâmica da ciência e da sociedade.
I Origins é, acima de tudo, um romance que transcende vidas, que confronta nossas visões sobre aquilo que é ciência e aquilo que é espiritualidade. É muito mais que uma história sobre almas e reencarnações. É um filme que, além de desesperar e também confortar pelo tão doce amor retratado, nos faz pensar bastante sobre o que, afinal, estamos perdendo quando botamos ciência e espiritualidade em polos opostos e conflituantes. Ao menos essa foi a minha conclusão. E se a ciência puder provar a espiritualidade e a espiritualidade puder comportar a ciência? E se o que somos é tão transcendental a ponto de unir o que nos parecesse excludente?
E se?
Bem, eu fiquei umas boas semanas pensando sobre esse filme e a história realmente reforçou muitas das minhas crenças, muito daquilo em que tenho fé e também me abriu os olhos. É um filme fofíssimo, sim. Em cada cena é possível notar o amor e a dedicação com que aquilo foi feito, montado e expresso. Não há como não se apaixonar, chorar e espernear. E questionar, acima de tudo. Não há como não se questionar.
ficha técnica
Título original: I Origins
Direção: Mike Cahill
Elenco: Michael Pitt, Astrid Bergès-Frisbey, Brit Marling, Steven Yeun, Archie Panjabi
Roteiro: Mike Cahill
Trilha sonora: Will Bates, Phill Mossman
Duração: 106 min
País: EUA
Gênero: drama, sci-fi
Trailer: (x)
Classificação:
Postagens Relacionadas:
No Comments