Homeland

Visto que a série ainda é um tanto desconhecida, tenho certeza que para vocês também foi uma surpresa ver Homeland levando tudo na noite do Emmy, mas, veja bem, meu objetivo aqui é mostrá-los que o que aconteceu foi nada mais que o esperado — na verdade, merecido.

The nation sees a hero. She sees a threat.

Grande ganhadora dos prêmios Emmy deste ano, faturando, principalmente, as estatuetas de Melhor Drama e Melhor Ator e Atriz em Drama por Damian Lewis e Claire Danes, Homeland acabou por chamar a atenção de muitos, inclusive a minha. A série já estava na minha lista há muito tempo, mas, senhores, meu nome do meio é “procrastinação” e apenas assisti tudo agora, atrasada e nas vésperas da estreia da segunda temporada, a qual vale ressaltar que contará com o ator Rupert Friend (Wickham de Orgulho e Preconceito).

Sem mais delongas, já devo dizer que tudo o que gira na minha cabeça, agora, enquanto escrevo essa resenha um tantinho mais decentemente do que eu planejava, é a palavra “genial”. Sim, é isso que Homeland é. Ao ler a sinopse, você até pensa que a série é só mais uma que enfoca, com firmeza, a soberania e grandiosidade dos Estados Unidos, mas não, ela é bem mais que isso. Introduzindo-nos em uma trama que envolve terrorismo, crises militares e internacionais dos EUA, serviço secreto e muito mais, ainda temos a oportunidade de entrar em contato com o próprio psicológico humano. Carrie Mathison, interpretada por Danes, é uma agente da CIA que, baseada em certas informações, desconfia que o sargento americano, Nicholas Brody (Lewis), virou a casaca enquanto era mantido como prisioneiro de guerra no Iraque e agora trama um novo atentado terrorista contra o país, isso ainda posto sobre o plano de fundo dos tantos complexos obsessivos de Carrie. Escondida de seus superiores, a agente esquematiza toda uma investigação paralela e, à medida que somos mais introduzidos na vida de Brody, vemos as tantas marcas que aqueles 8 anos deixaram e as outras que sua súbita volta ainda irão traçar.

Sobre o enredo, não posso reclamar, só elogiar infinitamente! A cada episódio é uma surpresa, cada descoberta nos arrebata e todas as conspirações, as tramas! Meu Deus, é tudo genial, como eu disse! Depois que terminei a única temporada de 12 episódios, arregalei meus olhos e disse “puta merda, por que não assisti isso antes?”. Homeland é, definitivamente, aquela história que nos trata como pessoas espertas, inteligentes, nada bobas e, numa esquina aqui e ali, coloca mais e mais elementos, trazendo a nós a possibilidade de criar teorias e, holy fuck, jogar na sua cara a verdade de tantas teias entrelaçadas.

No mais, é tudo muito bem amarrado, sem furos ou lacunas. Pelo que vi, é uma super inteligente crítica aos Estados Unidos e sua conduta militar, sua imposição e ditadura sobre o globo. É, verdadeiramente, um retrato da tamanha fragilidade do país e as crueldades do seu próprio terrorismo. Devemos dizer que é quase uma lição, um aprendizado que se retira dessa série: afinal, o que é terrorismo? De onde tiramos isso? Onde foi criado? E os países invadidos pelos EUA, será que não vivem num eterno 11 de setembro?