Por Sam e Ells
Pra um filme chamado Godzilla que tem o Bryan Cranston, é bem estranho perceber que a verdadeira rixa é a do Gojira contra o Heisenberg pra decidir quem aparece menos…
Baseado no filme japonês de 1953 (Gojira), é o segundo sobre o monstro feito por um estúdio dos Estados Unidos. Situado no mundo atual, o reboot dirigido por Gareth Edwards têm no elenco Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Ken Watanabe, Sally Hawkings e Bryan Cranston. Ele conta a história de… Bem. Um monstro gigante aparece destruindo coisas, e os humanos precisam fazer algo para acabar com isso. Acredite, é tudo o que você precisa saber sobre.
Godzilla não é oficialmente um summer blockbuster, mas chegou perto, e desde o lançamento de trailers e divulgação o filme foi muito esperado. Gerou cerca de 155 milhões de dólares em duas semanas nos EUA, e teve a sequência confirmada. Acabou sendo bacana, e, apesar de algumas coisinhas, dá pra entender a razão de ter conseguido tanta grana. E é fácil chorar de emoção toda a vez que aquele monstrengo ruge. Porque GENTE.
O maior problema do longa é a expectativa, que é algo bom quando sabem usar. Infelizmente não foi o que aconteceu. Quando você vai assistir Godzilla, espera que, no mínimo, o monstro gigante saia destruindo tudo (e todos) com toda a sua imponência e que você possa vê-lo fazendo isso. Mas na realidade tentam manter seu interesse pela porradaria durante tanto tempo que se torna frustrante. E mesmo quando você já sabe que não vai ver a xinxa rolando a frustração não diminui. Chega a ser triste, já que quando a luta finalmente rola e te deixam assistir, nada consegue ser tão bom quanto o que o filme prometeu (apesar de ter sido bem awesome).
O roteiro tem alguns caminhos inesperados, mas é bem feito e sabe trabalhar com o desenvolvimento de personagens, principalmente o de Bryan Cranston. O ponto de vista deles é valorizado, o que é bom para definir e explicar as atitudes e escolhas na hora de lutar contra os monstros, sem deixar de lado o interesse que tinham no Godzilla. Ele aparece pouco? Sim, mas isso não foi completamente drástico, os acontecimentos ao longo do filme funcionaram como uma justificativa mais real da situação. Kudos eternos para a cena dos soldados descendo do avião de paraquedas e caindo dentro da cidade para chegar ao monstro (imagem do pôster oficial), uma das cenas mais visualmente lindas e bem feitas do filme.
The arrogance of men is thinking nature is in their control and not the other way around.
Aaron Taylor-Johnson aqui deixa de lado todo o seu carisma e entrega uma atuação com poucas expressões faciais, mas que aparentemente condiz com seu papel – e você acaba se importando com a jornada do herói porque o filme manda. Elizabeth Olsen tem seu talento desperdiçado, assim como Sally Hawkings, ambas sendo dispensáveis na trama. Ken Watanabe, porém, aproveita pra brilhar de forma simples, contida, com uma postura encurvada e cabisbaixo, e é fácil uma das melhores coisas do longa. Uma das, porque a melhor é, sem dúvidas, o próprio Walter White. Bryan Cranston captura seu amor logo de cara, e em 10 minutos te faz chorar e sofrer sem parecer tentar. Bryan aparece menos do que todos gostariam, mas samba com tanta força que a pizza chega a voar.
Uma coisa que surpreendeu foram os efeitos especiais, tanto os monstros quanto as cenas de destruição da cidade, feitos de forma impecável quando comparados com a “realidade” do que acontecia. Sem exagero nas cores e com o CGI bem feito, a experiência de assistir o filme foi ainda melhor. Muitas vezes mesmo CGI bem feitos podem parecer um pouco fora do padrão da realidade, você se pergunta “Ok, se isso acontecesse mesmo, no mundo em que vivemos hoje, seria assim?”, e o trabalho dos efeitos em Godzilla afirma isso.
No final das contas, essa review poderia ter sido mais breve. Prós de Godzilla: tem o Godzilla. Contras de Godzilla: não é Círculo de Fogo. Não se pode ter tudo na vida, não é mesmo? Continua sendo um filme bacana, sim, com ótimas sequências, efeitos especiais e mitologia (sem falar que possui uma das melhores cenas de morte de 2014). Só não foi tudo o que poderia ser. Talvez na sequência eles consertem e nos tragam um longa digno de Gojira. Porque, né. Gojira.
FICHA TÉCNICA
Título original: Godzilla
Direção: Gareth Edwards
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Ken Watanabe, Bryan Cranston, David Strathairn
Roteiro: Max Borenstein e Dave Callaham
Trilha sonora: Alexandre Desplat
Duração: 123 min.
País: EUA
Gênero: Ação, aventura, sci-fi
Trailer: (x)
Classificação:
1 Comment
Polie
31/05/2014 at 9:46 pmOlha concordo com várias coisas que você escreveu, gostei muito da participação e personagens do Watanabe e do Bryan e dos efeitos incríveis.
A expectativa foi tão grande que sai meio decepcionada do cinema por que esperei mais Godzilla e menos humanos. ashuasuh
Certo tem cenas muito boas, mas achei o plot de família se reencontrar desnecessário, e nossa: a decepção quando o Godzilla aparece para a primeira luta e eles cortam. Argh! Tava indo tão bem, mas ficou cansativo em alguns momentos. Só fiquei pensando: dava para ter feito um filme melhor. /sigh
Espero que acertem na continuação.
Até!