Achou que o Estante de Quadrinhos tinha morrido? Morreu não, gente, só estava dando uma descansada.

eu voltando como se nada tivesse acontecido
Contextualizando: Não adianta dar desculpas, a faculdade dificultou minha vida e eu não tinha ânimo pra ler nada. É isso que dá o ser humano começar projetos de leitura em um ano cheio de reviravoltas e novidades. Fui otária, como sempre. Entretanto, o que importa é que usei as férias para me jogar em alguns títulos e me saí até melhor do que esperava. De pouquinho em pouquinho a gente chega lá.
Antes de começar o Estante de número três (ou o “Sam aparentemente só lê coisas da DC #1”, para os íntimos), vamos dar uma olhada nas regrinhas.
- Só arcos completos vão aparecer nestes posts, então, se eu li cinco “capítulos” de uma HQ de seis, ela fica para o próximo Estante, evitando bagunçar as coisas com single issues e histórias não terminadas.
- Caso os títulos mencionados estejam disponíveis em português, serão eles os mencionados aqui, mesmo que eu tenha lido as versões originais. Isso é pra ajudar a vida do leitor brazuca que não é obrigado a saber inglês e quer encontrar as HQs com facilidade.
Se você não sabe o ponto dessa coluna, é só passar no post de apresentação rapidinho para se situar! Vamo que vamo!
Liga da Justiça 4 (Panini Comics) – 




Fui idiota. Ao invés de aceitar que a fase do Bryan Hitch não me apeteceu, tentei enfrentar esse arco curtinho de Liga da Justiça e… não. Além de ser entediante, tem TANTA coisa que me fez revirar os olhos que chega a ser chocante que foram só 50 páginas. Aqui os membros da Liga acabam controlados por medo e passam a agir de forma estranha, o que soa interessante no papel, mas só serve para mostrar bizarrices e colocar o Supinho com raiva do Morcegão pela 225252344414ª vez. Nada se resolve direito, provavelmente preparando o terreno para tramas futuras, porém não vou descobrir porque não vou ler. Dito isso, eu gosto bastante da Lanterna Verde Jessica Cruz. Pronto, tá aí um elogio.
Asa Noturna vol 1 (Panini Comics) – 




Dick Grayson é um dos meus personagens preferidos, então é claro que precisei prestigiar sua nova fase solo. Infiltrado no Parlamento das Corujas, Asa Noturna precisa enfrentar situações complicadas e tomar decisões difíceis como agente duplo, e, apesar de eu ter esperado mais do título, me diverti bastante durante a leitura. Continuo amando Dick e apreciei bastante o destaque dado a suas dúvidas sobre o tipo de herói que ele quer ser. Asa não é perfeito, comete erros e fica confuso, mas entende isso e não esconde suas fraquezas. Além disso, o arco tem relação com o passado circense do personagem, o que é sempre legal de ver. Mesmo entre dificuldades e perigos, Dick continua sendo engraçadinho e carismático, e suas interações com outros indivíduos (principalmente Raptor) são pontos fortes do volume. Enfim, adorei os debates éticos e descobertas pessoais que abriram a fase de Tim Seeley, e espero que as próximas edições sejam pelo menos tão legais quanto.
Batman 1, 2, 3 e 4 (Panini Comics) – 




Aqui começa a tão elogiada fase de Tom King e, bem, agora compreendo o hype do escritor. Histórias como esta são o que me fizeram querer ler quadrinhos em primeiro lugar. A trama parece ser básica, com Batman tentando lidar com ameaças a Gotham enquanto dois novos heróis aparecem na cidade, mas é o peso emocional e o foco nos personagens que a elevam. Às vezes eu ria, às vezes chorava, às vezes sentia a brutalidade da história, mas, principalmente, era lembrada das razões pelas quais gosto tanto do Batman – não é só sobre ele, é sobre tudo e todos que o rodeiam e como ele tenta consertar as coisas. O Morcego se encontra bem vulnerável aqui, uma faceta que eu não via nos desenhos da minha infância, e sua vulnerabilidade o torna mais forte e interessante. Também gostei bastante dos novos personagens e das aparições inusitadas no meio do caminho. É difícil explicar, porém o arco é cativante e, apesar de alguns problemas, conseguiu abrir muito bem o título. Muito bem mesmo.
Detective Comics 1, 2, 3 e 4 (Panini Comics) – 




Aparentemente o Morcegão anda muito bem em seus títulos do Renascimento. Aqui, um time formado pelo próprio Batman, a Batwoman, a Orfã, a Spoiler, o Robin Vermelho e o vilão reformado Cara de Barro precisa treinar e se preparar para enfrentar uma misteriosa ameaça. O arco começou um pouco morno, mas não demorou até que as coisas mudassem. A história é boa de ler, os personagens são ótimos e suas interações melhores ainda. Tem ação e emoção e reviravoltas e tem eu chorando que nem uma idiota também. Fiquei muito apegada a esses indivíduos, o que provavelmente diz bastante sobre as habilidades de James Tynion IV. E a arte do brasileiro Eddy Barrows (com Eber Ferreira e Adriano Lucas) merece ser engrandecida, porque em C E R T O S momentos eu só queria arrancar meu coração fora. Já estou ansiosa para continuar com as aventuras do grupo e sentir as consequências do fim deste arco.
Batman 4 e 5, Detective Comics 4 e 5 (Panini Comics) – 




Essa bagunça toda é o evento A Noite dos Homens-Monstro, que envolveu o Batman, o time de Detective Comics e o meu boy Asa Noturna. O título se explica: numa noite já complicada para Gotham, homens-monstro gigantes resolvem aparecer na cidade para fazer a festa e destruir tudo, e resta aos heróis a tarefa de salvar os cidadãos, parar os monstros e encontrar o culpado por toda essa loucura. De pronto o arco parecia ser o típico “heróis versus monstros” e, bem, boa parte foi mesmo. MAS as consequências do que aconteceu lá em Detective Comics trazem uma mudança interessante no modo de agir de Batman, que só quer proteger todo mundo de qualquer jeito (coitado). Lá pro final as coisas tomaram um rumo que eu não esperava, mantendo consistente a vulnerabilidade de Bruce Wayne e o que ele faz dela, e eu preferia que a história fosse mais nessa vibe do que explosões e monstros e destruição e monstros. E monstros. Foi legal o suficiente e é isto.
Titãs: O Contrato de Lázaro (Panini Comics) – 




Olha outro evento aí, pessoal! Seguindo os acontecimentos de Titãs, temos a junção dos próprios com os Jovens Titãs numa missão para enfrentar o Exterminador, que se encontra cego de desespero para trazer seu filho de volta à vida. E… é OK. É legal ver os Titãs interagindo com os Jovens e é legal saber que eu ainda não suporto o Damian Wayne. As partes mais interessantes são sobre o passado de Slade Wilson e seus filhos, além de aparições de pessoas próximas a Slade. No fim das contas eu só fico triste porque Wally West nasceu pra se lascar, porém em compensação ganhei Donna Troy e Estelar interagindo. Apesar de não ter sido nada demais, o saldo de evento foi positivo.
Saldo do mês
Arcos terminados: 6
Páginas lidas: 868
Então é isso. Espero MESMO que minha força de vontade prevaleça nesse semestre e que eu consiga ler mais quadrinhos porque, olha, to adorando a experiência.
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