Entrevista

Entrevistas Nacionais #2: Denise Flaibam

Por Sam e (com a ajuda master de) Ells

O papo dessa semana é com uma autora que gosto muito, tanto como pessoa quanto como escritora (porque a moça é ótima mas shhhhhh). Conheci a Denise Flaibam pelo Twitter bem antes de seu primeiro livro ser publicado, e sabia que ela era legalzíssima porque ela é fangirl e curte muita coisa que eu amo, então tem um tempinho que ajo como uma creep e observo o que Nizz (#intimidade) fala de uma distância segura.

E a entrevista que vocês vão ler mostra o quão fofa e sensacional ela é. Seu livro (o primeiro volume da quadrilogia Os Mistérios de Warthia) se chama A Profecia de Mídria, foi lançado em 2013 pelo selo de Novos Talentos da Editora Novo Século e é uma aventura com personagens marcantes em um incrível mundo de fantasia. E, não é por nada não, mas a Denise lacrou a vida com suas respostas. Verdade.

warthia

1. Se você pudesse viver em qualquer mundo literário além do de Harry Potter (porque todo mundo escolhe ir pra Hogwarts e não é justo), qual seria?
A Terra-Média, sem pensar duas vezes. E procuraria pelo Gandalf por aquelas bandas porque nada de ficar sentada confortavelmente na toca de um Hobbit, eu quero uma aventura! E que envolva conhecer os elfos, porque eles são tão dignos.

2. Seus escritores favoritos inspiram ou ajudam em algum aspecto da sua escrita?
Eu devo toda a minha inspiração a eles. Meu livro só existe porque eu me apaixonei por Hogwarts, pela Terra-Média e por Nárnia. Quis fazer de Warthia o meu mundo especial, um lugar para guiar meus leitores até uma grande aventura.
Mas não só Tolkien, Rowling e Lewis são inspirações. Qualquer autor que eu venha a ler, que tenha um jeito de escrever peculiar ao usual, me ajuda a imaginar novas maneiras de contar uma história. Cassandra Clare, Laini Taylor, Raphael Draccon, Tahereh Mafi, Kelly Creagh, Rainbow Rowell, George R.R. Martin, André Vianco e tantos outros são grandes mestres para mim.

3. Qual foi o momento em que você realizou que queria ser escritora?
Acho (acho mesmo, porque é algo tão abstrato na minha cabeça que não sei se estou falando a verdade) que foi quando finalizei o meu primeiro livro. Não tinha a pretensão de publicá-lo. A história estava pronta na minha cabeça, mas pensar em encontrar Os Mistérios de Warthia nas livrarias parecia impossível demais.
Quando eu terminei A Profecia de Mídria, no entanto, e busquei por meios de publicação, percebi que não, não era tão impossível assim, e que sim, eu queria continuar fazendo isso. E quero continuar contando histórias, criando mundos, dando vida a personagens.

4. Como foi o processo de publicação de seu primeiro livro?
Eu conheci o selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, da editora Novo Século, na bienal de São Paulo, em 2012.
Pesquisei um pouco sobre as publicações e conversei com alguns autores, e eles me contaram sobre como foram bem recebidos pela editora. Na época das pesquisas, a Novo Século foi a editora que mais me encantou, e foi para ela que eu enviei Os Mistérios de Warthia primeiro (sem sequer imaginar que seria aceita). Eis que recebi um e-mail dizendo que o livro tinha sido aprovado, e então meus pais concordaram em me ajudar com esse investimento.

5. Sua idade foi empecilho na hora de procurar editoras?
Na verdade não. A Novos Talentos da Literatura Brasileira tem muitos autores de todas as idades, o que é bem bacana, porque se alcança públicos bem diferenciados. Na época, eu tinha dezessete anos, e o pessoal ficava muito surpreso e encantado por saber que alguém tão jovem tinha escrito um livro, de modo que a idade não se tornou um empecilho pra mim.

6. Qual é a melhor e pior parte de escrever fantasia?
A melhor parte é o alcance da imaginação. Quando você está escrevendo uma ficção fantástica, existem regras, mas não existe um limite de criatividade. Aquele é o seu mundo. Você pode colocar unicórnios e dragões nele, assim como pode colocar muita política e romance. É por isso que eu amo tanto a literatura fantástica; pela variedade de coisas que encontramos nas páginas de cada livro.
Acho que a pior parte é alcançar o público. Temos muitos e muitos livros de fantasia por ai, então você precisa encontrar uma maneira de conquistar seus leitores; precisa-se encontrar um jeito de usar dragões e unicórnios diferente do usual. Em Warthia, existem clichês básicos que encontramos em narrativas fantásticas, como o escolhido para salvar o mundo, o vilão sanguinário, os companheiros de viagem, o velho sábio, a magia… Trabalhar esses clichês é que vai destacar, mudá-los vai surpreender o público. E eu garanto que vou pegar todo mundo de surpresa em relação a isso.

7. Paixão pelos personagens que você mesma criou: tem como lidar?
Não! Hahaha.
Não existe remédio nem terapia pra lidar com a paixão pelos seus próprios personagens.
Eles são um pouco de você, um pouco das pessoas que você conhece, e muito do seu imaginário. Quando você dá vida a um personagem, cria-se uma ligação muito forte. Eles são especiais, afinal de contas.
Dai existem aqueles que roubam o seu coração, e é sobrenatural esse amor que sentimos.
Eu criei Sebastian Stark e nunca vou conseguir me livrar da paixão por ele. O mesmo vale para o meu queridíssimo príncipe Luke, que vocês conhecerão no segundo volume de Os Mistérios de Warthia. E, em segredo, pelo ruivo gracinha que vai aparecer no meu novo livro.

8. O que você mais aprecia em protagonistas femininas? Você inclui esses aspectos em suas personagens?
Eu sou apaixonada pela força que as protagonistas femininas têm. Não só força física, mas força mental, para lutar pelo que elas querem, para lutar por quem elas querem, para lutar contra o que quer que se coloque em seu caminho. Eu admiro a quantidade de heroínas que têm protagonizado histórias ultimamente, não só em livros, como em filmes e séries também, porque isso mostra o poder de uma mulher.
A Zoë Saldana fez uma declaração certa vez, algo que eu achei genial e marcante: “A woman can preach, a woman can work, a woman can fight, a woman can build, can rule, can conquer, can destroy just as much as a man can. […] we just need to take our place, it’s always been there.” (Uma mulher pode pregar, uma mulher pode trabalhar, uma mulher pode lutar, uma mulher pode construir, pode governar, pode conquistar, pode destruir tanto quanto um homem pode […] só precisamos tomar o nosso lugar, ele sempre esteve lá.).
E sim, eu levo isso para as minhas personagens, com certeza. Minha Serafine tem coragem e impetuosidade, é determinada e curiosa, e gosto do crescimento dela com o passar dos livros, de menina que pouco entendia da vida para alguém que confronta não só o lado bonito do mundo mágico, como também as tragédias e a realidade de uma guerra eminente. Uma mulher que é forçada a crescer por causa da guerra. A Ývela é toda carinhosa e meiga, mas mortífera quando necessário.
Moira, protagonista de Rubi de Sangue, é uma sonhadora quieta e solitária que precisa sair do conforto dos livros e das histórias encantadoras para confrontar a crueldade do mundo. Tamina, a minha querida pirata, viu e enfrentou o pior da vida, e usou isso para se fortificar.
E tantas outras personagens que estou tendo o orgulho de escrever e criar, que são moldadas pelo amor, pela força, pela coragem. São mulheres, guerreiras, são minhas heroínas.

9. Você tem alguma dica para escritores que, como você, vem trabalhando em suas histórias há um bom tempo?
Acho que a dica mais valiosa que eu recebi quando estava buscando pela publicação foi a que usualmente ouvimos daqueles que nos apoiam: não desista!
Não desista quando parecer a você que o bloqueio criativo é maior do que sua vontade de escrever (falo por experiência própria, esses bloqueios não são de deus!).
Não desista quando te disserem que ser escritor não dá em nada, porque sim, dá! Ser escritor é uma das profissões mais gratificantes do mundo. Ver seu sonho realizado vai fazer tudo valer a pena.
Pode parecer difícil, impossível, uma perda de tempo, mas nunca vai ser. Se você ama escrever, se você ama criar mundos, dar vida a personagens, contar suas histórias, batalhe e continue firme, porque o reconhecimento virá até você.

10. E, finalmente, o que podemos esperar de Denise Flaibam no futuro? (e por favor me diga que Rubi de Sangue está prestes a ser publicado porque preciso daquele livro na minha vida, obrigada, de nada).
Hahaha que linda! Rubi de Sangue está… Em andamento, digamos assim. Não tenho uma data, mas talvez tenha novidades em breve. TALVEZ. Não posso dar grandes esperanças, mas estou com grandes esperanças! Acredite quando digo que eu sou a mais ansiosa para que vocês conheçam meus piratas.
Bom, fora Rubi de Sangue, vocês podem esperar um livro de fantasia sombria, volume único também, que está entrando na reta final de escrita. É nesse livro que está meu querido ruivo gracinha, citado ali em cima. Nesse livro também (tapa os ouvidos da Moira e da Serafine) está a minha protagonista favorita. Ela é badass, sarcástica e muito perigosa. Espero que a amem!
Estou escrevendo uma comédia romântica, também na reta final. Um livro água com açúcar todo baseado em músicas dos Beatles.
Tenho outro livro de piratas já planejado e esquematizado, além de uma distopia.
O que não me faltam são projetos, para falar a verdade! Hahaha.
Ah! E, claro, Os Mistérios de Warthia, que já tem seu segundo e terceiro livro prontíssimos. O último volume me dói o coração, mas vou escrever logo mais. E tenho um projeto envolvendo Warthia que estou mantendo em segredo, mas que logo divulgarei para vocês 😀
Muito obrigada pela entrevista, Sâmela neném! Adorei as perguntas! Um grande beijo para os leitores do Who’s Thanny!

Então, gente, é isso! Siga a moça Denise no twitter (ela gosta de Spartacus, meu povo, essa Nizz não tem limites de awesomeness!), curta a fanpage de Warthia, conheça mais sobre a autora e compre o livro aqui.

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2 Comments

  • Reply
    Byzinha
    17/04/2014 at 1:44 pm

    Meu Deus, ela realmente é muito amor! Fiquei louca de curiosidade pra ler o livro dela, amei a capa!
    Cara, muito legal essa entrevista! Estrelinha dourada pra Sammy!

  • Reply
    Victória Santana
    22/04/2014 at 8:22 am

    Gente! Fiquei toda arrepiada com essa entrevista. Eu quero muito ser escritora, mas há sempre o medo de não chegar a lugar nenhum. Me identifiquei demais com essa escritora, ainda não a conhecia (erro meu), mas ela já me levou a amar seu livro antes mesmo de lê-lo!
    Ela é uma fofa! /cute

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