Não muito tempo atrás, o WT postou a resenha de um livro infantil nacional chamado “O Materializador de Ideias”, que conta a história do pequeno e imaginativo Theo que vai parar num mundo incrível após ganhar um presente mágico do amigo que mudou de cidade. Hoje, nessa edição do Especial Nacional 2015, fizemos uma entrevista muito bacana com o autor, o professor Jorge de Mogi Mirim, cidade do interior de São Paulo e olha, tem um monte de coisa bacana pra vocês descobrirem sobre ele, Theo, ideias materializadas e viagens da imaginação, então continua lendo aqui! =D
Who’s Thanny?: Antes de mais nada, sabemos que você é professor de língua portuguesa. Qual a diferença de alcançar alunos com uma aula e ao escrever um livro?
Jorge: São propostas diferentes. O livro possui uma liberdade de interpretação, imaginação e criatividade por parte de quem lê muito maior do que uma aula de 50 minutos.
WT: Ao ler “O materializador de ideias” é impossível não se ver transportado para a época da ditadura que tentava fantasiar o que realmente acontecia, mesmo que através dos olhos inocentes do pequeno Theo, que não sabia exatamente o que estava acontecendo no mundo. Alguma coisa em seu personagem foi inspirado em sua infância ou há algum elemento na narração que seja extremamente pessoal para você?
Jorge: Embora eu não tenha me inspirado na minha própria história, acredito que, quando escrevemos, revelamos o que sentimos e pensamos de mais íntimo. Portanto, se não me inspirei conscientemente, com certeza, foi de modo inconsciente.
WT: “O materializador de ideias”, para nós, ficou muito semelhante a um livro de contação de histórias. Quando você pensou em começar a escrever, a intenção foi sempre de fazer um livro infantil? Você tinha em mente colocar o livro na mão dos pequenos ou transformá-lo numa magia teatral oriunda das contações?
Jorge: Quando escrevi, não pensei em coisa alguma. Queria apenas transmitir o que estava sentindo lá por dentro naquele momento. Não pensei no público, mas acredito que ele possa ser lido tanto por crianças quanto por adultos e que cada um o entenderá de acordo com sua própria vivência e liberdade interpretativa.
WT: É sempre encantador ir às livrarias e ver a sessão infantil lotada de crianças interessadas e apaixonadas por livros. Parece haver uma ligação direta entre o pequeno encantado com os livros desde pequeno e aqueles que não tiveram a mesma oportunidade desde o começo. Qual a importância que você vê no adulto apresentando livros, leitura, palavras aos pequenos e qual o tamanho do efeito que tal ato tem no futuro adolescente, jovem e até mesmo adulto leitor?
Jorge: Acredito que a diferença de quem leu, desde pequeno e com prazer, para quem não leu, seja gigantesca. A leitura abre “canais” para a imaginação, para a criatividade e para a possibilidade de transformar o olhar em relação à vida. A leitura nos permite ver a beleza da vida por trás de todas as dificuldades do dia a dia.
WT: Uma das meninas da equipe comentou uma vez que um bom livro infantil traz uma lição para gente de todas as idades. Quando você escreve um livro infantil é estranho ver tanto adulto lendo? O que você acha dessa tendência de gente com uns anos a mais do que a idade indicativa lendo livros infantis e adorando tanto quanto?
Jorge: Eu acredito na magia da leitura e ela é independente de tudo, até de idade. Quando se mantém a criança interna viva, mantém-se a conexão com tudo o que possa inspirar o ser humano.
WT: Voltando a pensar no “Materializador de ideias”, qual a visão que você tem sobre infância e qual perfil de criança você visualizou ao escrever?
Jorge: Infância é magia, imaginação, criatividade, ou, pelo menos, deveria ser. Deveríamos poder proporcionar à criança toda condição física, psíquica e emocional para que pudesse se tornar um adulto mais feliz. E acredito que esse caminho passe necessariamente pela leitura também. Para escrever o livro, visualizei a criança interna de cada um, de qualquer idade.
WT: Tem algum personagem da história que tenha sido inspirado ou diretamente relacionado com algum conhecido seu? Há algum motivo especial por trás dessa “homenagem”?
Jorge: Na verdade, a homenagem foi apenas ao nome do meu sobrinho, que possui apenas 10 anos e não tem nada a ver com a história do Theo do livro. Foi só amor de tio.
WT: Nós gostamos de fazer uma rapidinha, então que tal responder as próximas perguntas com a primeira coisa que vier à sua mente?
Adolescência – o bolo no forno
Ensino – mudava tudo
Um livro – Dom Quixote
Inspiração – a vida
Encorajamento – o amor à vida
Um filme – Ensina-me a viver
Uma idade – todas
Vida adulta – caminhada, amadurecimento
Um lugar – parafraseando Milton Nascimento: amigo é o melhor lugar.
Muito obrigada, Jorge, por topar participar da entrevista. Esperamos ver você escrevendo mais em breve!
O livro do Jorge é um dos prêmios do nosso Concurso Cultural, bora participar?
1 Comment
Felipe
01/09/2020 at 2:30 pmInteressante. Parabéns a todos pelo site!