Doze Anos de Escravidão conta a história real de Solomon Northup. É composta por relatos autobiográficos do sequestro e de seu tempo como escravo em fazendas no estado americano de Louisiana. O livro foi publicado em 1853, após a a libertação de Northup. Nasceu livre, tinha uma família, casa e era violinista, mas uma oferta de emprego foi uma emboscada para o seu sequestro.
“Minha tarefa nesses dias de gala sempre foi tocar o violino. A raça africana ama a música, como se sabe; e muitos entre meus companheiros tinham órgãos de sensibilidade acústica incrivelmente desenvolvidos e sabiam dedilhar o banjo com a habilidade (…)” (Doze Anos de Escravidão, p. 174)
A narrativa é em primeira pessoa e flui rapidamente, algumas vezes é detalhada, mas os relatos, o pensamento e os sentimentos de Solomon tomam conta dos capítulos, nunca abandonando a história como um todo, nunca se perdendo em devaneios, mas sim contando o que ele passou; é uma experiência incomparável.
Todas as atrocidades que presenciou e sofreu são contadas nos livros, seus “donos”, conhecidos, colegas, e fazendas. A preservação de seus sentimentos e a busca de contar a sua angústia foi um feito admirável. A violência física e moral que sofreu e presenciou não está escondida, não é entrelinhas, a história é contada sem omissões, e no meio disso cada pensamento pela cabeça de Northup, é triste e emocionante.
“Repelido, traído e afastado da esperança de qualquer socorro, eu só podia me prostrar no chão e gemer com uma angústia inexprimível. A esperança de ser resgatado era então a única luz que jogava algum raio de consolo em meu coração. “ (Doze Anos de Escravidão, p 190)
12 Anos de Escravidão, vencedor do Oscar 2014 de melhor filme, foi uma adaptação incrível da história contada, como afirma o diretor:
“O livro nos encantou: a dimensão épica, o detalhamento, a aventura, o horror, a humanidade. Lia-se como um roteiro de cinema, pronto para ser filmado. Eu não podia acreditar que nunca ouvira falar nele. Pareceu-me tão importante quanto O diário de Anne Frank, só que publicado quase cem anos antes.” – Steve McQueen
A leitura desses relatos é tão importante quanto qualquer outro clássico da literatura, talvez mais ainda. O desconhecimento da barbaridade nessa parte da história humana gera ignorância, e a expansão do que a educação fundamental ensina é essencial para qualquer um.
Informações
Título: Doze Anos de Escravidão
Autor: Solomon Northup
Tradução: Caroline Chang
Editora/Selo: Companhia das Letras/Penguin
Nº de Páginas: 280
Edição: 1ª – 2013
Preço: R$22,50
Classificação:
2 Comments
Eduarda
23/01/2016 at 12:19 pmÓtimo artigo Parabéns
Mateus
12/06/2017 at 3:05 pmEu acabei de ver o filme, excelente!
Durante o filme eu me emocionei muito, muito bom recomendo.