“O mundo de fora da cidade está gravemente danificado, e os Divergentes precisam sair para consertá-lo.” Após o cliffhanger no final de Insurgente (resenha aqui), eu não sabia ao certo o que estava reservado para o último livro da trilogia escrita por Veronica Roth. Só tinha a certeza de que muitos personagens iriam morrer, pois bem… Foi o que aconteceu, dentre outras cositas mais. Esta resenha vai conter spoilers, mas o maior de todos não será revelado.
Tris e Tobias conseguem reunir um grupo de pessoas, diante de todos os problemas na cidade – a briga de poder dos sem-facção e os que querem o sistema de facções de volta -, para atender ao chamado do vídeo. É a coisa certa a se fazer. Só que o que eles encontram lá fora é diferente de tudo o que eles já viram. Tanto eles, quanto o leitor, recebem uma revelação à respeito dos divergentes e sabe qual é a sensação? De termos sido enganados, de ter vivido uma mentira.
“Pensei que “Divergente” explicasse tudo o que sou e tudo o que posso ser. Talvez eu estivesse errada.”
Divergente é apenas um nome que deram para denominar as pessoas que são geneticamente puras, enquanto todos os outros são considerados danificados. Sabe todo mundo que mora na cidade? Eles são um experimento genético do governo. Monitorados e estudados diariamente pelos pesquisadores do Departamento de Auxílio Genético, logo depois do muro que separa os de um grande complexo com vários recursos.
Okay, então qual é a bronca agora? Que assim como a população era dividida em facções na cidade, do lado de fora elas são divididas entre os geneticamente puros e danificados, sendo este último grupo totalmente desprezado pelo governo. O descaso é tão grande que o modo que muitos deles vivem é pior do que os sem-facções.
E é então que tchanram, alguém acaba convidando Tobias para um levante e foi aí que comecei a me irritar com o modo que as coisas estavam acontecendo na história. A narrativa de Veronica Roth é excelente, sempre trazendo o ponto de vista dos protagonistas, mas a forma como tudo aconteceu pela conveniência deles não me convenceu.
Não estou dizendo que tudo o que eles passam em Convergente é fácil demais, porque não é. Só que houveram muitas facilidades e planos furados que chegam a insultar a inteligência do leitor. Por que os personagens não pensaram nisso e naquilo? Por que depois de um ataque a segurança não foi reforçada? Por que todo mundo é tão de boa para fazer favores? Por que no dia em que uma grande ação será realizada os vigilantes saem para beber? Para mim nada disso faz sentido.
Porém, algo que foi bastante explorado, e não poderia deixar de ser, foi o relacionamento dos personagens, até mesmo dos secundários. A autora teve o cuidado de não deixar pontas soltas e de passar mensagens importantes sobre o amor. O que me fez derramar algumas lágrimas.
“Às vezes, a única coisa necessária para salvar pessoas de um destino terrível é que alguém esteja disposto a fazer algo a respeito.”
Eu estava achando tudo mais ou menos e esperando pelo momento em que diria “MELDELS, QUE LIVRO!!!“, quando cheguei no último momento de ação da história. E atenção, apesar de ter vários levantes e conspirações, não há tanta ação assim. Portanto, quando li o desenrolar de tudo, fiquei de queixo caído. Eu esperava e desejava que algo assim acontecesse para o livro ficar bom, tanto que para mim esse final foi a única coisa que salvou o livro. Mas para alguns fãs, este deve ter sido o motivo para tanto ~hate.
Veronica Roth surpreende no desfecho da trilogia, porém a forma apressada como as coisas aconteceram, fizeram com que a história perdesse qualidade característica dos livros anteriores. Se prepare antes de começar a ler para evitar decepções.
Informações
Cortesia da editora.
Título: Convergente
Autor: Veronica Roth
Tradução: Lucas Peterson
Número de Páginas: 526
Edição: 1ª – 2014
Editora: Rocco Jovens Leitores (Facebook | Twitter)
Preço: R$39,50
Classificação:
3 Comments
Byzinha
09/04/2014 at 4:48 pmAllegiant foi muito inferior em relação aos livros anteriores para mim. Caramba, Insurgent é bom pra cacete! O que ela fez com o desenvolvimento de Allegiant foi simplesmente inadimissível para mim. Cara, tinha tanto potencial :/
Pelo menos meu Caleb não morreu <3
David Andrade
13/04/2014 at 4:33 pmConcordo contigo. Insurgente é sem dúvidas o melhor livro, e ela tinha mais do que um bom enredo pra dar continuidade, mas Thanny, agora vc entende minha decepção no final. Eu sei que ficou forte e tipo, lindo de certa maneira, mas sinceramente, achei intolerável pelo fato de tudo que acontece antes. Achei que as coisas foram mal planejadas 🙁
Victória Santana
10/04/2014 at 2:37 pmChorei de morrer com esse livro, em alguns aspectos deixou a desejar, sendo Insurgente uma obra mais bem elaborada. A história parece acontecer como um raio, me surpreendi com a rapidez dos acontecimentos também. Comecei a ler, á sabendo do maior spoiler do livro e isso me deixou deprimida muito antes de terminá-lo. Fiquei muito triste e enraivada com o final só porque realmente tenho uma conexão com Tris, mas como amante de literatura, sei que esse recurso foi necessário. Simplesmente, a mensagem final é linda.
(Suspiros) Bem, ainda lembro da cena e sinto arrepios. Apesar de tudo, é uma trilogia maravilhosa. /cry