Ontem começou a Semana do Demônio fora de época, promovida pela editora Intrínseca e para entrarmos de vez no mundo da mitologia egípcia, que tal conhecer melhor os deuses? Se você pretende ir ao evento de lançamento de A Sombra da Serpente, é bom saber 😉
— A deusa do céu, Nut, era casada com o deus da terra, Geb. (…) Geb e Nut queriam ter filhos, mas o rei dos deuses, Rá, rei sol, conhecia aquela profecia ruim sobre um filho de Nut (…) um filho de Geb e Nut que um dia substituiria Rá como rei. Então, quando Rá soube que Nut estava grávida, ficou maluco. Ele a proibiu de ter o filho em qualquer dia ou noite do ano.
Cruzei os braços.— E daí, ela teve de ficar grávida para sempre? Isso é terrivelmente cruel.
Carter balançou a cabeça.— Nut encontrou uma solução. Ela propôs um jogo de dados com o deus da lua, Khonsu. Cada vez que Khonsu perdia, tinha de dar a Nut um pouco de sua luz. Ele perdeu tantas vezes que Nut ganhou luar suficiente para criar cinco novos dias, e os colocou no final do ano.
— Ah, pare. — Eu me irritei. — Primeiro, como se pode jogar apostando a lua? E, mesmo que isso fosse possível, como se poderia usar a luz da lua para criar dias extras?— É uma história! — Carter protestou. — Enfim, o calendário egípcio tinha trezentos e sessenta dias por ano, como são trezentos e sessenta os graus em um círculo. Nut criou cinco dias e os acrescentou ao final do ano, dias que não faziam parte do calendário regular.
— Os Dias do Demônio — deduzi. — Então o mito explica por que o ano tem trezentos e sessenta e cinco dias. E suponho que ela teve seus filhos…
— Durante esses cinco dias — Carter confirmou. — Um filho por dia. (…) Seus nomes eram Osíris…
— Papai estava atrás desse.
— Hórus, Set, Ísis, e hã… — Carter consultou o pergaminho. — Néftis. Eu sempre esqueço essa.
— E o homem de fogo no museu disse que nosso pai havia libertado os cinco.
— Exatamente. E se estavam aprisionados juntos e papai não sabia disso?
Eles nasceram juntos, então, talvez tivessem de ser chamados de volta ao mundo juntos. Acontece que um desses sujeitos, Set, era muito mau. Era o vilão da mitologia egípcia. O deus do mal, do caos e das tempestades no deserto.
Eu me arrepiei.— É possível que ele tivesse alguma coisa a ver com fogo?
Carter apontou uma das figuras no desenho. O deus tinha cabeça de animal, mas eu não conseguia determinar que animal era aquele: Cachorro? Tamanduá? Coelhinho do mal? O que quer que fosse, seus cabelos e suas roupas eram vermelho-vivo.
— O Lorde Vermelho — concluí.
— Sadie, ainda tem mais — Carter me avisou. — Aqueles cinco dias, os Dias do Demônio, eram dias de má sorte no Egito Antigo. Era preciso tomar cuidado, usar amuleto, e não fazer nada importante ou perigoso nesses dias.
E, no British Museum, papai disse a Set: “ Os Dias do Demônio. Eles o deterão antes que o fim chegue.”— Não pode estar pensando que ele se referia a nós — respondi. — Nós precisamos deter esse tal Set?
Carter assentiu.— E se os últimos cinco dias do nosso ano ainda são considerados os Dias do Demônio egípcios… começam em 27 de dezembro, depois de amanhã.
Osíris (27/12): irmão e marido de Isis, pai de Hórus. A origem de Osíris consta nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a acontecer e não representa mais os elementos materiais (espaço, luz, terra, céu…). Na lenda, que evoca o retorno da vida com a cheia do Nilo, após o período da seca, Osíris é morto, destruído e ressuscitado, representando a morte e renascimento da vegetação e de todos os seres. Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento, rei e juiz supremo do mundo dos mortos. Acredita-se que ele tenha sido o primeiro Faraó e que ensinou aos homens as artes da agricultura e da civilização.
Hórus (28/12): filho de Isis e Osíris, Hórus teve uma infância difícil, sua mãe teve de escondê-lo de seu tio Set que cobiçava o trono de seu pai Osíris. Após ter triunfado sobre Set e as forças da desordem, ele toma posse do trono dos vivos; o faraó é sua manifestação na terra. Ele é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão. Ele é considerado o mais importante de todos os deuses, aquele que guia as almas até o Dwat (Reino dos Mortos).
Set (29/12): personifica a ambição e o mal. Considerado o deus da guerra e do caos. Era representado por um homem com a cabeça de um tipo incerto de animal, parecido com um cachorro de focinho e orelhas compridas e cauda ereta, ou ainda como Tífon, um animal imaginário formado por partes de diferentes seres, com a cabeça de um bode, orelhas grandes, como um burro. Associavam-no aos trovões e às tempestades.
Ísis (30/12): é a mais popular de todas as deusas egípcias, considerada a deusa da família, o modelo de esposa e mãe, invencível e protetora. Usa os poderes da magia para ajudar os necessitados. Mas ela também pode agir de maneira ardilosa e manipuladora para ajudar aqueles que ama.
Néftis (31/12): conhecida como a deusa da noite e protetora dos mortos. É a esposa de Set, mas permanece fiel à Isis. Quando Set a trai e assassina Osíris, por quem era apaixonada, ela ajudando a reunir os membros espalhados do deus, para que pudesse reconstruí-lo e trazê-lo de volta à vida.
Fonte:
Hotsite Oficial da Série (x)
Fernando Félix (x)
As Crônicas dos Kane – Guia de Sobrevivênica
1 Comment
Roberto dos Santos
04/04/2017 at 12:58 amParabns pelo post , incrível!!!